Nosferatu: Você sabia que o nome do vampiro clássico não é Nosferatu?
Nos primórdios do cinema de terror, filmes como Drácula, A Múmia e O Homem Invisível adotaram títulos diretos, usando o nome da criatura central da história. Quase uma década antes de a Universal Pictures estabelecer seu panteão de monstros icônicos, o cineasta alemão F.W. Murnau lançou Nosferatu: Uma Sinfonia de Horror, que agora ganha um remake pelas mãos de Robert Eggers. Apesar de Nosferatu, de 1922, ser um filme seminal na cultura pop, muitos espectadores podem não saber que o nome do vampiro não é, na verdade, Nosferatu.
No filme original, Max Schreck interpretou o horripilante Conde Orlok, enquanto Bill Skarsgård assume o papel na nova versão, que chega aos cinemas em 25 de dezembro. O filme foi baseado em Drácula, de Bram Stoker, mas como se tratava de uma adaptação não autorizada, vários detalhes foram alterados para evitar problemas legais. Uma dessas mudanças foi a substituição de “Conde Drácula” por “Conde Orlok”.
Além do nome do vampiro em Nosferatu ser diferente do livro de Stoker, sua aparência também é bem distinta. Drácula é caracterizado por sua aparência humana e sedutora, enquanto o Conde Orlok tem uma aparência monstruosa. Apesar de o vampiro em Nosferatu não se chamar Nosferatu — ou Drácula — o título do filme foi inspirado pela história. Uma das primeiras utilizações da palavra data de meados do século XIX, quando “nosferatu” era usado como sinônimo de vampiro, e também como sinônimo de “morto-vivo”. Outras derivações da palavra incluem “o insuportável”, “o odioso” e “o impuro” ou “portador da peste”.
O Nosferatu de 1922 provavelmente foi inspirado pela ideia de impureza ou de pragas, já que essas ideias se conectam diretamente aos eventos do filme. Quando Orlok viaja de sua casa na Transilvânia para a Alemanha, ele mata várias vítimas, enquanto Drácula transformava suas vítimas em vampiros. Os moradores da cidade alemã em Nosferatu culpam os ratos que chegaram à vila junto com o Conde pelas mortes, afirmando que era a peste que eles carregavam a responsável pelas mortes, e não Orlok. Nesse sentido, é possível que o roteirista de Nosferatu, Henrik Galeen, e Murnau tenham se inspirado nas origens da palavra que implicavam uma conexão com doenças, em vez de outras interpretações.
Enquanto muitos fãs de terror ainda debatem se a criatura não morta criada por Mary Shelley deve ser chamada de “Frankenstein” ou “Monstro de Frankenstein”, o vampiro no Nosferatu original e no remake é definitivamente chamado de Conde Orlok. Para complicar um pouco mais, o diretor Werner Herzog chamou seu personagem principal em Nosferatu, o Vampiro da Noite (1979) de “Conde Drácula”, o que só confundiu ainda mais as coisas.
Nosferatu chega aos cinemas em 25 de dezembro. Além deste remake, outros clássicos do terror também ganharam ou ganharão novas versões, como o Novo Filme do Homem-Lobisomem, que aborda temas de isolamento e terror, provando que o gênero continua relevante e atraente para diferentes gerações.