Andrea Harrison, uma das personagens mais controversas de The Walking Dead, frequentemente alvo de críticas, teve uma trajetória marcada por quebrar regras e limites para proteger seu grupo. Sua audácia, porém, era vista como arrogância por seus companheiros e pelos fãs da série.
Presente nas três primeiras temporadas, desde o segundo episódio da primeira temporada, “Tripas”, Andrea se destacou por sua proatividade. Ela não se contentava em ser uma espectadora, demonstrando mais interesse em treinamento com armas e na proteção do grupo do que outras mulheres, o que a tornou uma figura diferente dentro daquele cenário.
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Sua importância foi consolidada em seus momentos finais, quando lutou para manter a paz entre o grupo de Rick Grimes e a comunidade de Woodbury, liderada pelo Governador.
Durante o final da segunda temporada, Andrea se separa do grupo em meio ao caos da invasão de zumbis na fazenda. Ela é encontrada por Michonne, que a acompanha durante o inverno. O caminho das duas as leva a Woodbury, onde descobrem os segredos do Governador, incluindo sua filha zumbificada e seus atos de violência contra seu próprio povo. Após várias tentativas frustradas de mediar a paz entre Rick e o grupo do Governador, Andrea finalmente percebe a verdadeira face do vilão e tenta escapar.
Entretanto, a decisão de Andrea de mudar de lado chega tarde demais. O Governador a persegue e a aprisiona em sua câmara de tortura com Milton, que, após ser mordido, acaba a atacando. Com Michonne ao seu lado e a gratidão de Rick, Andrea decide tirar a própria vida, concretizando um desejo que já havia expressado no final da primeira temporada, após a morte de sua irmã Amy.
A morte de Andrea foi muito criticada, até mesmo pela atriz Laurie Holden, que esperava que a personagem se desenvolvesse como nos quadrinhos. Segundo Holden, seu contrato previa oito anos na série, e o desfecho era para ser outro. Ela revela que foi informada da decisão na noite anterior à gravação da cena, sendo que Andrea estava planejada para terminar com Rick e se tornar uma heroína em Woodbury, conforme foi concebida originalmente.
A ideia de matar Andrea partiu do antigo showrunner Glen Mazzara, que buscava reforçar a ideia de que nenhum personagem estava a salvo na série. Essa decisão se distanciou dos quadrinhos, indo de acordo com o desejo do criador Robert Kirkman de diferenciar as duas mídias. Kirkman, apesar da divisão inicial entre os roteiristas, aprovou a morte de Andrea, justificando que ela era necessária para consolidar o Governador como um vilão e influenciar a mentalidade de Rick na quarta temporada.
Nos quadrinhos, Andrea teria tido a chance de se tornar a líder de Woodbury e o interesse amoroso de Rick Grimes, seguindo o arco planejado por Kirkman. Nos quadrinhos, Andrea era uma atiradora habilidosa que superava seus traumas, inspirando a si mesma e aos outros. Rick se sente atraído por sua força, assim como ela por sua liderança. Os dois têm um dos relacionamentos mais sólidos da história até a morte de Andrea na edição 167, no final do arco dos Sussurradores.
Quatro anos após sua morte na série, Kirkman matou Andrea nos quadrinhos. Ela é mordida ao salvar Eugene Porter de uma horda de zumbis e, posteriormente, é morta por um Rick devastado pela dor. Kirkman chegou a se desculpar pela morte de Andrea, afirmando que se sentiu como se tivesse perdido uma amiga, mas reconheceu que sua morte era necessária para o desenvolvimento da trama. A morte de Andrea reforçou a natureza trágica de The Walking Dead, onde nenhum personagem está realmente seguro.
Apesar da diferença entre a morte na série e o final nos quadrinhos, a morte de Andrea na terceira temporada se encaixava com a personalidade que a personagem havia desenvolvido na adaptação televisiva. A Andrea dos quadrinhos era mais resiliente e determinada, enquanto a Andrea da série nunca superou a morte de sua irmã, tomando decisões ruins em busca de um propósito. Ambas as versões retratam a reação de pessoas a traumas, e suas mortes nas duas mídias refletem essas diferenças de forma significativa.
The Walking Dead está disponível para streaming na Netflix.