A trajetória de Steve Rogers, de um jovem franzino do Brooklyn ao símbolo moral da Marvel, abrange mais de 80 anos de história nos quadrinhos. Inicialmente concebido como uma ferramenta de propaganda durante a Segunda Guerra Mundial, o Capitão América evoluiu para um herói complexo, que representa não um patriotismo cego, mas os ideais desafiadores que os Estados Unidos se esforçam para incorporar. Suas melhores histórias frequentemente abordam o que significa ser um patriota quando as ações de seu país entram em conflito com seus valores declarados.
Steve Rogers se tornou um dos personagens mais importantes da Marvel, não como um mero soldado seguindo ordens, mas como um herói disposto a fazer o que é certo, mesmo que isso signifique desafiar a lei ou seus companheiros. Essa transformação é especialmente relevante hoje, já que o MCU se inspirou em algumas das melhores histórias em quadrinhos para fazer de Steve Rogers, interpretado por Chris Evans, um farol de esperança. O impacto do personagem foi tão grande que o MCU continua a explorar seu legado através de Sam Wilson, o novo Capitão América, interpretado por Anthony Mackie.
Relembre as cinco histórias mais significativas do Capitão América nos quadrinhos:
5. Homem Sem Pátria (Captain America #451-453)
Nesta trama instigante de Mark Waid, Steve Rogers é despojado de sua identidade mais fundamental: sua cidadania americana. Quando o governo dos EUA declara o Capitão América um homem sem pátria, ele enfrenta uma crise existencial. A história força Rogers a confrontar o verdadeiro significado do patriotismo, separado do nacionalismo, provando que seu compromisso com os valores americanos transcende qualquer decreto governamental. Essa exploração da resistência baseada em princípios é especialmente relevante hoje em dia, ecoando temas abordados no MCU em produções como Capitão América: Guerra Civil e a jornada de John Walker em Falcão e o Soldado Invernal.
4. Capitão América: Renascido (Captain America #605-610)
Ed Brubaker aborda a difícil tarefa de trazer Steve Rogers de volta da morte sem diminuir o impacto de seu sacrifício. Após ser aparentemente morto por uma bala deslocada no tempo, Rogers se vê preso no tempo, revivendo momentos cruciais da história americana. A trama examina como o Universo Marvel mudou durante a ausência do Capitão, principalmente através da trajetória de Bucky Barnes como Capitão América. O MCU não adaptou diretamente essa história, mas seus temas de legado e sucessão ressoam em Falcão e o Soldado Invernal, particularmente na forma como Sam Wilson lida com a responsabilidade do escudo.
3. A Saga Nômade (Captain America #180-184)
Numa das jogadas mais ousadas da Marvel, Steve Rogers abandona a identidade do Capitão América após descobrir que oficiais do governo fazem parte de uma organização terrorista chamada Império Secreto. Rogers assume a persona do Nômade, um “homem sem país”, que luta por justiça enquanto processa sua desilusão com a liderança americana. Essa trama ecoa na narrativa moderna da Marvel, especialmente quando o Capitão América deixa os Vingadores no final de Capitão América: Guerra Civil, formando seu próprio grupo de heróis para defender os necessitados sem as restrições do governo.
2. Império Secreto (Captain America #169-175)
Esta história de 1974 traça um paralelo com o escândalo de Watergate, mostrando o Capitão América descobrindo a corrupção nos níveis mais altos do governo. A narrativa culmina num confronto na Casa Branca, forçando Rogers a encarar a lacuna entre os ideais americanos e a realidade. A escrita de Steve Englehart torna o comentário político impossível de ignorar. Embora outras histórias do Capitão América tivessem nuances políticas, “Império Secreto” foi a primeira a abordar escândalos políticos contemporâneos de forma direta. Essa história foi parcialmente adaptada no filme Capitão América: Soldado Invernal, onde Steve descobre que a HYDRA se infiltrou na S.H.I.E.L.D., levando-o a destruir a organização que ele já serviu.
1. Capitão América: O Soldado Invernal (Captain America Vol. 5 #1-9, 11-14)
A obra-prima de Ed Brubaker não apenas ressuscitou Bucky Barnes, mas transformou toda a mitologia do Capitão América. A revelação de que Bucky sobreviveu à sua aparente morte, apenas para se tornar um assassino soviético, força Steve a confrontar sua culpa pessoal e o legado da Guerra Fria. A trama combina elementos de thriller de espionagem com profundidade emocional, criando uma história perfeita para o Capitão América. Sua influência no MCU é inegável. O filme Capitão América: Soldado Invernal adapta seus elementos centrais, estabelecendo o tom de thriller político que define a franquia. Além disso, a exploração da amizade, lealdade e redenção do personagem fornece a base emocional para a jornada de Bucky (Sebastian Stan) ao longo do MCU, culminando em sua busca por paz em Falcão e o Soldado Invernal.
