Casamentos formais diminuem e uniões homoafetivas crescem no Rio Grande do Norte

Casamentos formais diminuem e uniões homoafetivas crescem no Rio Grande do Norte
Imagem de Julie Rose por Pixabay

Dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram que o Rio Grande do Norte registrou uma das menores taxas de casamento formal do país no último ano. Com uma taxa de nupcialidade de 4,7, o estado ficou em 25º lugar no ranking nacional, à frente apenas de Maranhão (4,6), Rio Grande do Sul (3,9), Sergipe (3,8) e Piauí (3,7). A taxa representa 47 casamentos por mil habitantes com 15 anos ou mais.

Segundo o IBGE, esse índice é um importante indicador demográfico e social. “A taxa de nupcialidade é um indicador demográfico que expressa a frequência com que ocorrem casamentos formais em uma determinada população. Essa taxa permite avaliar a dinâmica dos comportamentos conjugais, bem como mudanças nos padrões sociais e culturais relacionados ao matrimônio”, explicou o instituto.

Em 2023, foram registrados 12.835 casamentos no Rio Grande do Norte, número que representa uma redução de 3,2% em relação ao ano anterior. Essa queda acompanhou a tendência nacional, onde o total de casamentos caiu 3,1%, passando de 970.041 em 2022 para 940.799 em 2023. No Nordeste, a retração foi mais moderada: -1,7%.

A faixa etária com maior número de uniões foi a de 25 a 29 anos, tanto para o primeiro cônjuge (2.378) quanto para o segundo (2.385). Também se destacaram as faixas de 20 a 24 anos e 30 a 34 anos. A partir dos 35 anos, o número de uniões registradas começa a cair progressivamente, evidenciando que a maior parte dos casamentos formais acontece ainda na juventude.

Entre os municípios potiguares, São Gonçalo do Amarante teve a maior redução proporcional de casamentos, com queda de 28%. Em seguida, aparecem Parnamirim (-3,3%), Natal (-3,3%) e Mossoró (-2,3%). O IBGE pondera que esses números podem estar ligados a questões estruturais.

A queda nos casamentos entre cônjuges de sexos opostos seguiu a mesma tendência e pode estar associada a fatores sociais e econômicos, como o adiamento de uniões formais, mudanças nos padrões de relacionamento e instabilidades econômicas que impactam decisões conjugais”, destacou.

Onde mais se casa no Brasil

Apesar da queda geral, alguns estados seguem apresentando taxas de casamento significativamente superiores. Liderando o ranking nacional está Rondônia (9,1), seguido de Acre (8,5), Distrito Federal (7,9), Mato Grosso (7,0) e Espírito Santo (6,9). A média nacional foi de 5,6.

  • Rondônia: 9,1
  • Acre: 8,5
  • Distrito Federal: 7,9
  • Mato Grosso: 7,0
  • Espírito Santo: 6,9
  • Mato Grosso do Sul: 6,8
  • São Paulo: 6,3
  • Tocantins: 6,1
  • Paraná: 6,0
  • Minas Gerais: 5,9
  • Alagoas: 5,7
  • Goiás: 5,6
  • Santa Catarina: 5,6
  • Brasil: 5,6
  • Roraima: 5,5
  • Pernambuco: 5,3
  • Rio de Janeiro: 5,1
  • Pará: 5,0
  • Paraíba: 4,9
  • Bahia: 4,8
  • Amapá: 4,8
  • Ceará: 4,8
  • Amazonas: 4,7
  • Rio Grande do Norte: 4,7
  • Maranhão: 4,6
  • Rio Grande do Sul: 3,9
  • Sergipe: 3,8
  • Piauí: 3,7

Uniões homoafetivas

A pesquisa também aprofundou os dados sobre uniões entre pessoas do mesmo sexo, revelando crescimento nas formalizações, especialmente no Nordeste. No Brasil, os casamentos entre homens caíram 5,1%, de 4.390 para 4.175, enquanto os entre mulheres aumentaram 5,6%, passando de 6.632 para 7.023. Já no Nordeste, o avanço foi registrado nos dois casos: 4,4% entre homens e 5,8% entre mulheres.

No Rio Grande do Norte, o cenário foi ainda mais expressivo. Os casamentos entre homens cresceram 21,5%, e entre mulheres, 14,7%. Municípios como Mossoró se destacaram com aumento de 86,7% nas uniões entre homens e 72,7% nas uniões entre mulheres. Em Parnamirim, os casamentos homoafetivos subiram 16,7% (masculinos) e 22,2% (femininos). “Esses dados sugeriram uma ampliação do acesso a direitos civis por parte da população LGBTQIA+”, concluiu o relatório.

Outros dados relevantes:

  • Casamentos no Brasil em 2023: 940.799
  • Redução nacional: -3,1%
  • Redução no Nordeste: -1,7%
  • Casamentos homoafetivos no RN: aumento de 21,5% (homens) e 14,7% (mulheres)
  • Faixa etária mais comum: 25 a 29 anos

Deixe um comentário

Seu e‑mail não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.