A prefeita Professora Nilda venceu as eleições de 2024 já sabendo o tamanho do terreno que iria pisar. Ninguém assumiu Parnamirim iludido. As dívidas deixadas pela gestão de Rosano Taveira eram públicas, documentadas e debatidas durante toda a campanha. Mesmo assim, a atual gestão segue insistindo num discurso repetitivo que já começa a cansar: o de que tudo ainda gira em torno da “herança maldita”.
Sim, Taveira errou — e muito. Foi responsável direto por boa parte dos problemas que hoje afetam as finanças e a administração de Parnamirim. Contratações irregulares de servidores temporários, dívidas acumuladas com o Ministério do Trabalho, contratos mal conduzidos e desorganização fiscal. Tudo isso está documentado e ninguém aqui pretende aliviar a responsabilidade histórica que cabe ao ex-prefeito.
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Mas o tempo passa. E a paciência do contribuinte também.
Agora, no final de maio de 2025, as obras em andamento em Parnamirim estão sendo paralisadas em razão de um débito superior a R$ 20 milhões, justamente relacionado a essas pendências trabalhistas herdadas. A dívida impede o município de obter as certidões negativas exigidas para acessar novas operações de crédito, como o FINISA (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento, da Caixa Econômica Federal).
As empresas contratadas já informaram à prefeitura que irão suspender os serviços. E novamente a prefeita recorreu ao discurso pronto:
“Infelizmente os fantasmas do passado voltam para assombrar Parnamirim, e por uma dívida da gestão anterior estamos passando por essas paralisações de obras importantes. Já determinei criarmos uma força-tarefa nas secretarias e na Procuradoria Geral do Município, para que as obras retornem à sua normalidade o mais breve possível.”
A frase é correta no diagnóstico, mas gasta na narrativa.
A prefeita não pode continuar governando sob o mesmo argumento por tempo indefinido. A herança existe, mas a gestão agora é dela. E os problemas herdados já não podem mais justificar a incapacidade de dar respostas estruturantes.
Inclusive, a própria Câmara Municipal já autorizou o governo Nilda a remanejar R$ 220 milhões dentro do orçamento municipal, criando espaço para movimentações fiscais que deveriam servir justamente para minimizar impactos e garantir a continuidade dos investimentos.
O governo de Nilda tem orçamento em andamento, tem estrutura administrativa já plenamente sob seu controle e tem margem política para fazer o que precisa ser feito. O que não tem — e não pode mais ter — é o direito de se refugiar indefinidamente no discurso da dívida herdada.
O eleitor votou em 2024 para que houvesse solução, não continuação da lamúria.
É hora de trabalho, de gestão técnica e de decisão política corajosa. Parnamirim já conhece o problema. O que falta — e a população cobra — são soluções.