Batman: Primeiro Cavaleiro revisita a era de ouro em nova edição da DC Black Label
A minissérie The Bat-Man: First Knight, lançada originalmente em três edições de luxo em 2024 pela DC Black Label, agora está disponível em uma edição encadernada. A obra, voltada para o público adulto, com linguagem e visuais mais gráficos, é escrita por Dan Jurgens e conta com a arte de Mike Perkins, cores de Mike Spicer e letras de Simon Bowland.
A nova edição apresenta uma capa que reutiliza a arte da primeira edição, enquanto a parte interna usa uma capa variante, remetendo ao visual das histórias em quadrinhos da Era de Ouro. O interior do livro inclui uma colagem com recortes do fictício Gotham Gazette, que situam o leitor na linha temporal da história, usando elementos da história real.
A trama se passa em 1939, um período marcado pela recuperação da Primeira Guerra Mundial e pela ascensão do fascismo na Europa, estabelecendo paralelos com questões contemporâneas, como o autoritarismo, o antissemitismo, a desigualdade social e a luta pelos direitos trabalhistas. A história torna The Bat-Man: First Knight relevante para o século XXI.
O Batman, ou melhor, o Bat-Man, como é chamado na trama, ainda está em início de carreira. Bruce Wayne possui sua fortuna, contrastando com a maioria dos cidadãos de Gotham que lutam contra a Grande Depressão. O Bat-Man tem seu traje e alguns gadgets, mas é muito mais limitado do que em outras versões. Ele não possui um Batmóvel, usando um carro esportivo vermelho, fiel aos quadrinhos originais. Sua base de operações é a Mansão Wayne, o que não agrada a visitas inesperadas.
Julie Madison, uma atriz que trabalha em um filme em Gotham, é a namorada de Bruce e, ao entrar na Mansão Wayne sem ser convidada, descobre e apoia sua vida dupla como vigilante. Bruce precisa da ajuda dela, pois não conta com o auxílio de seu mordomo Alfred e sua relação com o Comissário Gordon ainda está em desenvolvimento. Um rabino oferece abrigo ao Bat-Man, um gesto significativo dada a discriminação contra judeus na época, algo apropriado para um personagem criado por Bob Kane e Bill Finger, que eram judeus.
A história explora as raízes do gênero noir, tanto no visual quanto nas expressões da época. Referências à cultura pop, como o filme O Mágico de Oz de 1939, estão presentes, e o traço de Mike Perkins evoca a aparência de atores como Gregory Peck, Humphrey Bogart e Robert Mitchum. A arquitetura Art Déco, característica da Era de Ouro e de Gotham, também é evidente.
As luvas roxas do Bat-Man, um elemento marcante de seu visual original, recebem destaque em várias páginas. Elas já haviam retornado em Batman: Ano Zero, de Scott Snyder e Greg Capullo, com um design atualizado. Os vilões da história são os Homens-Monstro, que surgiram originalmente em Batman #1 de 1940, como capangas do Dr. Hugo Strange, que não aparece em The Bat-Man: First Knight. A abordagem dos monstros é única, sem seguir um arco específico da Era de Ouro.
Outras histórias notáveis com os Homens-Monstro incluem Batman and the Monster Men, de Matt Wagner, uma minissérie de 2006, e o crossover “Noite dos Homens-Monstro” de 2016, nas revistas Batman, Detective Comics e Nightwing, com monstros criados pelo Dr. Hugo Strange. Os monstros também apareceram no curta de animação Batman: Strange Days, de Bruce Timm, que se inspirou em sua primeira aparição em Batman #1. A estética da Era de Ouro também foi utilizada na série animada Batman: Caped Crusader, lançada em 2024 no Amazon Prime.
Dan Jurgens e Mike Perkins já haviam trabalhado com a versão da Era de Ouro do Bat-Man em Generations: Shattered e Forged, onde o personagem se uniu a outros heróis da DC Comics para enfrentar Dominus. The Bat-Man: First Knight nasceu do interesse de Jurgens na versão original do personagem, despertado durante seu trabalho em Detective Comics #1027. A minissérie apresenta uma visão inovadora de um personagem já bastante explorado, e que, ao revisitar o passado, encontrou um caminho para um futuro promissor.