Como ‘Toy Story 2’ foi salvo da exclusão total por uma funcionária em licença-maternidade
Embora Susman não tivesse o filme inteiro, a equipe conseguiu recuperar o suficiente para concluir Toy Story 2 a tempo.
A franquia Toy Story, da Pixar, marcou uma geração, com momentos emocionantes como a despedida de Andy de seus brinquedos em Toy Story 3. O sucesso começou com o primeiro filme e continuou com produções que alcançaram grande destaque. Por isso, não surpreende que um quinto filme esteja a caminho, com lançamento previsto para junho de 2026. Contudo, o sucesso estrondoso de Toy Story 2, que arrecadou US$ 497,3 milhões mundialmente, quase não aconteceu devido a um erro que apagou grande parte do filme.
Uma linha de comando acidentalmente digitada por um funcionário resultou na exclusão de cenários, modelos de personagens e sequências inteiras. Uma produção da Pixar leva tempo devido à complexidade e detalhes, como os quatro anos necessários para o primeiro Toy Story. A perda desse trabalho seria um grande golpe, ainda mais sem um backup acessível. No entanto, uma funcionária em licença-maternidade salvou o filme.
O incidente de quase desastre de Toy Story 2 veio à tona anos depois, no livro Creativity, Inc: Overcoming the Unseen Forces That Stand in the Way of True Inspiration, de Ed Catmull, cofundador do estúdio. Em 1998, um funcionário executou um comando que apagou tudo nos drives onde os arquivos do filme estavam armazenados. Apesar de a intenção original não ser apagar o diretório raiz do projeto, não havia como desfazer a ação.
Oren Jacob, diretor técnico associado de Toy Story 2, revelou em entrevista ao The Next Web, que o problema foi notado quando arquivos de Woody começaram a sumir e sequências inteiras desapareceram. A equipe técnica tentou desligar os computadores, mas 90% do trabalho já havia sido perdido. O backup não estava funcionando corretamente, deixando a equipe em uma situação desesperadora.
Segundo Catmull, o projeto de Toy Story 2 já enfrentava dificuldades no desenvolvimento da história, além do diretor John Lasseter estar exausto após os projetos de Toy Story e Vida de Inseto. Recomeçar do zero seria frustrante, atrasaria o lançamento e geraria perdas financeiras e psicológicas. Felizmente, havia uma solução.
Galyn Susman, supervisora de direção técnica do filme, que estava em licença-maternidade, havia levado uma cópia do projeto para casa. Na época, trabalhar em casa não era comum, mas Susman costumava levar o trabalho para manter-se atualizada e também para ter um backup confiável. O computador de Susman foi levado para o escritório da Pixar, e assim a equipe conseguiu recuperar quase tudo que havia sido perdido.
Embora Susman não tivesse o filme inteiro, a equipe conseguiu recuperar o suficiente para concluir Toy Story 2 a tempo. A experiência serviu como lição, e hoje a Pixar possui múltiplos backups e medidas de segurança para evitar tais incidentes. Sem a iniciativa de Susman, a história de Toy Story poderia ter sido diferente, afetando as sequências posteriores. O funcionário que causou o incidente não foi demitido, mas a situação deve ter sido tensa na época.