Crossovers esquecidos da Marvel nos quadrinhos: de ‘Desafio dos Campeões’ a ‘Guerra Secreta’
A Marvel revolucionou os crossovers de super-heróis ao longo das décadas. O primeiro grande encontro ocorreu em Marvel Mystery Comics #8, de 1939, com o choque entre Namor e o Tocha Humana original. Essas histórias se tornaram uma estratégia importante da editora, expandindo o interesse dos fãs por diferentes personagens.
Nos anos 1980, a Marvel elevou os crossovers a outro patamar com as minisséries de eventos, que incluíam todo o universo Marvel. Algumas dessas histórias são lembradas até hoje, como Desafio do Infinito e Guerra Civil, que foram adaptadas para o cinema. No entanto, muitos crossovers foram esquecidos, embora alguns mereçam ser relembrados.
Marvel Super Hero Contest of Champions
Marvel Super Hero Contest of Champions, de 1982, marcou a primeira minissérie de evento da Marvel. A trama, criada por Mark Gruenwald, Steven Grant, Bill Mantlo e John Romita Jr., mostra os heróis da Terra sendo sequestrados para um jogo entre o Grão-Mestre e a Morte. O Grão-Mestre buscava a ressurreição de seu irmão, o Colecionador, enquanto a Morte queria eliminar o Grão-Mestre. A história introduziu novos heróis de todo o mundo ao universo Marvel e, embora tenha sido um sucesso, caiu no esquecimento, apesar de sua estrutura ter inspirado o crossover JLA/Avengers.
Cruzada Infinita
Desafio do Infinito é um marco na história da Marvel, trazendo o retorno de Thanos e servindo de base para as três primeiras fases do MCU. No entanto, muitos desconhecem que a saga teve duas sequências. A segunda parte é Cruzada Infinita, que coloca os heróis do universo Marvel contra a Deusa, criada por Adam Warlock, o protagonista da trilogia do Infinito, ao adquirir a Manopla do Infinito. A Deusa representava tudo de bom em Warlock, mas sua natureza implacável a tornou uma ameaça ao universo. Apesar disso, a história não alcançou a mesma popularidade de seu antecessor.
Guerra Infinita
Após Desafio do Infinito, Adam Warlock se tornou um ser divino e dividiu as Joias do Infinito entre seus amigos, como Gamora e Drax. Os erros de Warlock retornaram em Guerra Infinita, sequência direta da saga anterior. Thanos, agora buscando uma nova direção, descobre que Magus, o lado maligno de Warlock, ressurgiu. Enquanto isso, na Terra, doppelgangers atacam os heróis. A trama é cheia de ação e grandes revelações, sendo considerada por alguns até superior a Desafio do Infinito. Apesar disso, muitos fãs sequer sabem de sua existência, mesmo que tenha inspirado o nome de um dos maiores filmes dos Vingadores.
Segurança Máxima
Os anos 1990 não foram o auge da Marvel, mas Segurança Máxima, de 2000, buscou conectar tramas de Vingadores e Vingadores Para Sempre. Na história, diversas civilizações alienígenas atacam a Terra, cansadas da interferência dos heróis em seus assuntos. A Terra é designada como uma prisão, forçando os heróis a lutar para libertá-la. A história é funcional, mas não teve grande impacto no universo Marvel e foi rapidamente ofuscada pela reestruturação da editora.
Guerra Secreta (2004)
Guerra Secreta é um nome de peso na história da Marvel, com várias histórias e um filme vindouro. No entanto, a minissérie de 2004, escrita por Brian Michael Bendis e ilustrada por Gabriele Dell’Otto, serve como uma espécie de prelúdio para eventos posteriores. Nick Fury recruta Capitão América, Viúva Negra, Homem-Aranha, Wolverine, Luke Cage, Demolidor e Daisy Johnson para lidar com a primeira-ministra da Latvéria, Lucia von Bardas. Após a vitória, Fury apaga a memória dos heróis, levando a problemas quando von Bardas retorna com um exército de vilões tecnológicos. Apesar de preparar o terreno para eventos futuros, a minissérie foi afetada por atrasos e acabou esquecida.
O Próprio Medo
Entre 2005 e 2010, os eventos da Marvel foram um sucesso, construindo uma narrativa interconectada. O Próprio Medo, de 2011, buscou dar continuidade a essa tradição. A história gira em torno do retorno do Deus do Medo, a Serpente, que usa martelos mágicos para criar os Escolhidos, incluindo Hulk, Coisa e Juggernaut. Apesar de algumas cenas de ação e ideias interessantes, como a criação de armas de metal Asgardiano, a história não teve impacto duradouro, além de “matar” Bucky (que logo retornaria) e Thor (que também retornou). Por conta disso, foi rapidamente esquecida.
Vingadores Sombrios/X-Men: Utopia
Após a derrota dos Skrulls, Norman Osborn, o ex-Duende Verde, assume o controle da segurança nacional e cria sua própria equipe de Vingadores, incluindo personagens como Ares, Sentinela, Mercenário, e Venom. A história leva a um confronto com os X-Men em São Francisco, após um ataque dos Amigos da Humanidade contra os mutantes. Os X-Men estabelecem sua nação em Utopia, enquanto Osborn se declara vitorioso na mídia. A história foi importante de 2009 a 2012, mas com o avanço da cronologia, acabou sendo esquecida.
X-Men vs. Vingadores
Embora as equipes mais populares da Marvel sejam os Vingadores e os X-Men, a maioria dos fãs se lembra mais do crossover de 2012, Vingadores vs. X-Men. No entanto, em 1987, houve outra minissérie com o mesmo tema, X-Men vs. Vingadores, por Roger Stern e Marc Silvestri. Na época, os X-Men eram mais populares e, por isso, receberam destaque na série, que mostrava as equipes em conflito por conta de Magneto. A história era básica, seguindo a fórmula clássica de crossovers de super-heróis e, por isso, caiu no esquecimento.
Ataques de Atlântida
Nos anos 1980 e 1990, a Marvel utilizava seus anuais para contar histórias de crossovers. Em 1989, Ataques de Atlântida apresentou Ghaur, um membro dos Deviantes, que buscava invocar o deus-serpente Set, com a ajuda de Llyra, de Lemuria, e Attuma, rei de Atlântida. Eles transformavam humanos em serpentes e sequestravam heroínas para servirem como noivas de Set. A história foi contada ao longo de 14 anuais, mas nunca foi considerada relevante para o universo Marvel. O foco em Atlântida, os Deviantes e Lemuria, que não eram tão importantes para a trama geral, contribuiu para seu esquecimento.
A Guerra Evolutiva
A Guerra Evolutiva, o primeiro evento anual, foi publicado em 1988 e abordou o Alto Evolucionário, que busca aperfeiçoar a humanidade. O vilão busca acelerar artificialmente a evolução da espécie, enquanto elimina o que ele considera geneticamente inferior. A história não teve grandes momentos marcantes ou impacto no universo Marvel, fazendo com que fosse esquecida pelos fãs. Apesar de o Alto Evolucionário ser um vilão interessante, suas histórias acabam se misturando, tornando A Guerra Evolutiva pouco memorável.