De Max Schreck a Nicolas Cage: As diversas faces de Drácula no cinema
Quando se trata de terror histórico moderno, Robert Eggers se destaca. Seus filmes, como A Bruxa e O Farol, são marcados por atmosferas densas e tensas. Seu próximo lançamento, Nosferatu, promete seguir a mesma linha, com reações iniciais da crítica indicando que o filme pode superar seus trabalhos anteriores.
A versão de Eggers não é a primeira adaptação de Drácula para as telas. Antes dela, tivemos o clássico Nosferatu de F. W. Murnau, de 1922, que por sua vez já era a segunda adaptação cinematográfica do romance de Bram Stoker. A primeira, um filme húngaro de 1921, está perdida. O Nosferatu de Murnau, vale lembrar, foi uma adaptação não autorizada, o que explica o motivo do vampiro se chamar Conde Orlok e não Drácula. Apesar disso, a influência da obra de Stoker é clara. Ao longo dos anos, vários atores interpretaram o personagem, cada um com sua própria visão, demonstrando que tanto o vampiro sofisticado quanto o monstruoso podem funcionar na tela.
Max Schreck, que interpretou o Conde Orlok em 1922, deixou uma marca indelével na história do cinema. Apesar de ter participado de outros filmes, ele sempre será lembrado por sua interpretação do vampiro, com seu físico magro e olhar penetrante. A influência de seu personagem é inegável, inspirando pesadelos e obras posteriores.
A versão de Schreck influenciou diversas outras produções, incluindo o visual de Kurt Barlow na adaptação televisiva de Salem’s Lot, de Stephen King, e personagens como Mestre em Buffy, a Caça-Vampiros, Orlox em Castlevania, e Barão Afanas em What We Do in the Shadows. Até mesmo o nome do magnata cruel de Batman Returns, Christopher Walken, não foi uma coincidência.
Bela Lugosi, por sua vez, personificou o Drácula clássico. Apesar da hesitação inicial da Universal em contratá-lo, ele acabou sendo escolhido após aceitar um salário baixo. Lugosi capturou a essência do personagem, especialmente com seu olhar hipnotizante, um elemento que nenhum outro ator conseguiu replicar. Sua carreira, ironicamente, foi marcada pelo papel que tanto desejava, o que acabou levando ao seu declínio profissional.
Christopher Lee interpretou Drácula dez vezes, sete delas para a Hammer Film Productions. Seu auge foi em Drácula, o Príncipe das Trevas. Ao longo de suas interpretações, Lee tentou se manter fiel à descrição de Stoker, com uma natureza sombria, crueldade e presas proeminentes.
Klaus Kinski trouxe uma aura assustadora e imprevisível ao Conde Orlok em Nosferatu, o Vampiro da Noite. Sua colaboração com Werner Herzog resultou em uma interpretação perturbadora, que permanece na mente do espectador mesmo após o término do filme.
Gary Oldman, em Drácula de Bram Stoker, de Francis Ford Coppola, buscou inspiração em John Carradine, oferecendo uma adaptação mais fiel ao romance original. Oldman entregou uma performance excepcional, explorando o lado romântico do personagem, algo que outras adaptações negligenciaram, tornando sua versão uma das mais profundas do Drácula.
Em Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, Nicolas Cage ofereceu uma interpretação cômica, mas ainda assim conseguiu mostrar o lado manipulador e cruel do personagem. Apesar de o filme ser um tanto exagerado, a atuação de Cage o torna divertido e interessante, garantindo sua capacidade de ser revisto.
O clássico Nosferatu, de 1922, também superou uma batalha judicial e inspirou diversas versões posteriores, incluindo a nova versão de Eggers. O nome do vampiro clássico não é Nosferatu, você sabia? A história e o personagem continuam a influenciar o cinema de terror, com sequências de terror dominando os cinemas em 2025. Willem Dafoe também fez sua versão do vampiro em 'A Sombra do Vampiro', antes de ser o caçador na nova versão de Nosferatu. Até mesmo a aparição do vampiro em Bob Esponja foi notada pelo diretor do novo filme.