Robert Eggers, o diretor do filme Nosferatu de 2024, falou recentemente sobre sua decisão de refazer o filme mudo de 1922. Eggers também explicou por que optou por não adaptar o romance de Bram Stoker, a fonte original de Nosferatu.
Em entrevista ao Screen Rant, Eggers comentou sobre a escolha de refazer Nosferatu em vez de lançar uma nova adaptação de Drácula. “Por mais que eu ame o romance, ele é um pouco sobrecarregado de elementos vitorianos”, disse ele. “Acho que a adaptação de Murnau é um conto de fadas simples. Na verdade, acredito que esse conto de fadas simples, que está no cerne do romance de Stoker, é o que o tornou tão adaptável e versátil, mantendo as pessoas inspiradas ao longo do último século.”
O filme de 1922, dirigido por F.W. Murnau, também terminou de uma forma que Eggers apreciou mais do que o final da história de Stoker. “Algo que eu realmente amei no filme de Murnau é que ele termina com a protagonista feminina sendo a heroína. Pensei que seria potencialmente mais interessante se todo o filme fosse contado através dos olhos dela, pois tinha o potencial de ser mais complexo emocional e psicologicamente do que uma história de aventura sobre um corretor de imóveis. Por mais que seja um filme de terror assustador, e é, com até sustos repentinos, é um romance gótico, e é um conto de amor e um conto de obsessão.”
Eggers continuou explicando como o final de Nosferatu parecia muito mais atraente para ele, influenciando ainda mais sua decisão de refazer o filme de terror mudo original. “Através dos olhos dela, acho que podemos realmente entrar mais nesse modo sem que se torne a trágica história anti-herói de um vampiro apaixonado, que também me interessa menos”, afirmou.
As decisões criativas que Eggers tomou ao escrever e dirigir Nosferatu parecem ter valido a pena, com o filme já recebendo aclamação da crítica após estrear nos cinemas nos Estados Unidos no dia de Natal. O filme foi certificado como “fresco” no Rotten Tomatoes e atualmente tem uma avaliação de 86%, com críticos elogiando a direção de Eggers e chamando o filme de “igualmente repulsivo e sedutor”. O desenvolvimento do filme começou em 2015, com Eggers descrevendo Nosferatu como um “projeto de paixão”, o que provavelmente explica suas decisões cuidadosas ao analisar os materiais de origem da história.
O elenco de Nosferatu de Eggers inclui Bill Skarsgård, Nicholas Hoult, Lily-Rose Depp, Aaron Taylor-Johnson, Emma Corrin, Ralph Ineson, Simon McBurney e Willem Dafoe. Skarsgård interpreta o misterioso Conde Orlok, baseado no Conde Drácula de Bram Stoker, enquanto Depp é Ellen Hutter, a contraparte de Nosferatu para Mina Harker de Drácula. A trama do filme de terror gótico explora a personagem de Depp enquanto ela descobre que o terrível vampiro está se tornando obcecado por ela.
Nosferatu está agora em exibição nos cinemas.
