Apesar de ser um personagem de destaque nos quadrinhos da DC, o velocista The Flash não obteve o mesmo sucesso nas telonas, e o diretor Andy Muschietti parece ter uma explicação controversa. Segundo ele, a baixa bilheteria do filme de 2023 se deve à irrelevância do herói para o público geral, que prefere personagens como Batman e Superman, figuras mais icônicas e com diversas versões no cinema.
No entanto, culpar apenas a popularidade do personagem parece um equívoco. Muitos fãs apontam que um roteiro fraco e o uso inadequado de efeitos visuais (CGI) foram alguns dos problemas que afetaram a produção. A controvérsia envolvendo o ator Ezra Miller também prejudicou a campanha de marketing do filme. Miller enfrentou acusações de assédio e comportamento agressivo, além de prisões, o que gerou grande repercussão negativa.
Para muitos, dizer que Barry Allen não tem apelo para um grande sucesso é um erro. O personagem é um dos pilares da DC e desempenhou papéis importantes na história do universo. O filme atingiu 63% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e 82% do público, mas a bilheteria mundial de cerca de 260 milhões de dólares foi considerada decepcionante para um filme de super-herói. Muschietti afirmou que o filme não atraiu todos os públicos, mas a premissa do filme, baseada em Flashpoint, um arco importante nos quadrinhos, mostra que a ideia tinha potencial, mas o roteiro precisava ser mais desenvolvido.
Muschietti também mencionou que Barry Allen não é exatamente um personagem amado no gênero de super-heróis. Contudo, a série de TV The Flash, da The CW, teve nove temporadas com boa audiência e reconhecimento, além de ter 40% de seu público composto por mulheres, segundo o USA Today em 2015, o que contradiz a afirmação do diretor de que o herói não atrai o público feminino. Outro fator apontado por Muschietti foi a “fadiga de super-heróis”, um tema bastante discutido quando filmes da DC e Marvel tiveram resultados ruins. No entanto, o trailer de Superman quebrou recordes, mostrando que o público continua interessado no gênero.
The Flash é conhecido por sua velocidade e por ser membro da Liga da Justiça. A afirmação de que ele não seria interessante o suficiente para um filme solo mostra uma falta de compreensão do universo dos super-heróis. Um ponto em que diretor e fãs concordam é a escolha de Ezra Miller para o papel, já que as polêmicas envolvendo o ator afetaram negativamente a imagem do filme.
O filme fazia parte do universo estendido da DC (DCEU), que já vinha enfrentando dificuldades. O excesso de produções acabou prejudicando a qualidade, com o estúdio priorizando a quantidade. The Flash, originalmente programado para 2020, foi adiado devido à pandemia e à greve de roteiristas, o que pode ter contribuído para a pressa na produção. O roteiro final foi considerado confuso, sem profundidade emocional, com uma abordagem superficial sobre viagens no tempo e interações forçadas entre os personagens.
O tom da história também foi um problema, com momentos de comédia que não se encaixavam com a necessidade de um tom dramático em certos momentos, afetando a edição e os efeitos visuais. Muschietti justificou o CGI estranho como uma decisão para mostrar a perspectiva de Barry, mas os fãs não aceitaram. O filme acumulou diversos problemas que prejudicaram seu resultado, e não a falta de popularidade do personagem.
O roteiro sempre deve ser uma prioridade em filmes de super-heróis, e The Flash foi criticado por sua história mal desenvolvida. Com a chegada do novo DCU liderado por James Gunn, The Flash tem a chance de ser revitalizado. Atualmente, o filme está disponível na Netflix.