O gênero faroeste, um dos mais antigos e importantes do cinema americano, tem suas raízes nos primórdios de Hollywood e impulsionou as carreiras de cineastas e atores lendários como John Ford, John Wayne e Clint Eastwood. No entanto, muitos filmes desse gênero exageram elementos da história real para criar narrativas mais atraentes.
Alguns dos filmes de faroeste mais aclamados e premiados foram criticados por sua falta de precisão ou por distorcer a realidade da vida no Oeste americano. Apesar de serem excelentes obras de ficção, sua representação da história deixa a desejar.
Os Imperdoáveis (1992)
Dirigido e estrelado por Clint Eastwood, Os Imperdoáveis é uma desconstrução do gênero faroeste que examina o impacto de uma vida como pistoleiro em um cowboy envelhecido. Embora o filme retrate o peso emocional dessa vida, ele ainda recorre a clichês do gênero, como o protagonista voltando aos seus antigos hábitos para combater os vilões.
No Tempo das Diligências (1939)
Considerado um dos filmes mais formativos do gênero, No Tempo das Diligências lançou as carreiras de John Ford e John Wayne. No entanto, o filme é notório por sua representação negativa dos nativos americanos, retratando-os como selvagens assassinos.
Pequeno Grande Homem (1970)
Baseado no romance de Thomas Berger, Pequeno Grande Homem conta a história de um homem branco que cresceu na nação Cheyenne e foi forçado a se reintegrar à sociedade americana branca. Embora o filme tenha sido considerado ótimo por muitos, a obra falsifica a morte do herói americano Wild Bill Hickok, afirmando que ele morreu na Batalha de Little Bighorn, quando na verdade faleceu dois meses depois.
Três Homens em Conflito (1966)
O filme, da trilogia Dollars, é um marco no subgênero do western spaghetti. No entanto, sua representação da Guerra Civil Americana não é precisa. Um historiador da Guerra Civil afirmou que a metralhadora Gatling não foi usada em 1862, nem no Novo México, onde o filme é ambientado.
O Regresso (2015)
Leonardo DiCaprio ganhou o Oscar por sua atuação como o explorador Hugh Glass em O Regresso. O filme, que narra a busca por vingança de Glass contra os homens que o abandonaram à morte, ficcionaliza grande parte da vida real de Hugh Glass, incluindo aspectos de sua família.
Django Livre (2012)
Quentin Tarantino é conhecido por alterar a história em seus filmes, e Django Livre não é exceção. O filme, que segue um escravo em busca de sua esposa, manipula a história do Sul dos Estados Unidos para enfatizar temas de racismo. O diretor retrata a Ku Klux Klan uma década antes de sua formação real para ridicularizar seus membros.
Rastros de Ódio (1956)
Considerado um dos melhores filmes de John Wayne, Rastros de Ódio é um dos primeiros filmes selecionados para preservação no National Film Registry. O filme, no entanto, não retrata com precisão a vida no Velho Oeste, apresentando, por exemplo, o Vale do Monumento, em Utah, como cenário para território Comanche, o que não corresponde à realidade.
Meu Ódio Será Tua Herança (1969)
Um dos grandes filmes do movimento da Nova Hollywood, Meu Ódio Será Tua Herança, que aborda um grupo de foras-da-lei tentando se adaptar a uma sociedade americana em modernização, apresenta imprecisões históricas, como referências à Prisão Territorial de Yuma, que já havia sido fechada na época em que o filme se passa.
Butch Cassidy (1969)
Baseado nos foras-da-lei Butch Cassidy e Sundance Kid, o filme, que narra os assaltos a trens da dupla, omite partes da jornada dos dois, incluindo um período em que eles administraram um rancho em Buenos Aires, pois isso seria considerado "entediante".
Dança com Lobos (1990)
Vencedor do Oscar de Melhor Filme, Dança com Lobos foi alvo de críticas por simplificar excessivamente as culturas dos nativos americanos. O filme retrata os Sioux como heróis e os Pawnees como vilões, uma visão simplista que não reflete a realidade histórica.
