Janeiro: o mês fatídico para filmes de terror e os fracassos nas bilheterias
Fãs de terror costumam ficar apreensivos quando um novo filme do gênero, mesmo com grande expectativa, tem sua estreia agendada para janeiro. A empolgação em torno do terror aumenta em setembro, com diversos estúdios buscando atenção antes do Halloween, o que resulta em um maior número de lançamentos nesse período. Embora a história do cinema mostre que um filme pode ser um sucesso inesperado em qualquer época, o início do ano geralmente traz produções que não agradam.
O aguardado Wolf Man, do diretor Leigh Whannell, gera grande expectativa, mas fãs de longa data já estão receosos devido à data de lançamento. Isso não significa que filmes lançados em janeiro não possam fazer sucesso, como provaram M3GAN, Fragmentado de M. Night Shyamalan, e o revival de Pânico em 2022. No entanto, nas últimas duas décadas, estúdios parecem evitar grandes lançamentos, deixando janeiro para projetos com menor potencial. Vale lembrar que O Homem Invisível, também de Whannell, foi lançado em fevereiro e desmentiu essa teoria.
A seguir, listamos alguns dos filmes de terror mais decepcionantes, tanto em crítica quanto em bilheteria, que foram lançados em janeiro:
Night Swim (2024): A Blumhouse se consolidou como um estúdio de sucesso no terror contemporâneo, mantendo baixos os custos de produção, o que permite que mesmo os sucessos modestos sejam lucrativos. Night Swim, por exemplo, teve um orçamento de US$ 15 milhões e arrecadou US$ 55 milhões mundialmente. Apesar de triplicar o orçamento, o filme não agradou à crítica, com apenas 20% de avaliações positivas no Rotten Tomatoes. A trama acompanha uma família que se muda para uma casa nova e começa a vivenciar eventos estranhos, todos ligados à piscina no quintal.
Eu, Frankenstein (2014): O Monstro de Frankenstein é um dos personagens mais icônicos da literatura e do cinema. Uma aventura de fantasia em que o Monstro é o protagonista heroico, lutando contra as forças das trevas, poderia ter replicado o sucesso dos filmes de super-heróis. No entanto, o filme foi uma grande decepção, com apenas 5% de aprovação no Rotten Tomatoes. As críticas foram extremamente negativas e, embora a arrecadação mundial tenha superado o custo de produção, o projeto não foi um sucesso.
Anjos da Noite (2006-2017): O primeiro Anjos da Noite, lançado em setembro de 2003, apresentou uma aventura de ação com vampiros e lobisomens, tornando-se um sucesso cult entre os fãs de terror. As críticas não foram fortes, com apenas 31% de aprovação, mas o filme quadruplicou o custo de produção e apresentou uma mitologia atraente. Todas as quatro sequências lançadas em janeiro receberam críticas negativas, com uma média de 23% de aprovação, embora tenham gerado lucro ao dobrar ou triplicar o orçamento. Mesmo assim, nenhuma sequência replicou o sucesso do original. Curiosamente, o co-criador e estrela Kevin Grevioux também co-criou Eu, Frankenstein e esperava desenvolver um crossover entre os dois filmes.
A Sombra do Medo (2003): Os anos 2000 foram um período difícil para os fãs de terror, com o ressurgimento de slashers inteligentes nos anos 90 diminuindo e muitos filmes sem originalidade chegando aos cinemas. A Sombra do Medo é um desses filmes, com uma premissa simples: e se a Fada do Dente fosse real, mas também maligna? O ponto fraco dessa presença nefasta é a luz, levando os protagonistas a buscar fontes de luz na escuridão. O filme tem apenas 10% de aprovação, apesar do sucesso de bilheteria.
O Massacre da Serra Elétrica 3D (2013): O Massacre da Serra Elétrica original continua assustador 50 anos depois, mas as tentativas de reviver a franquia geralmente falham. O Massacre da Serra Elétrica 3D, que tentava ser uma sequência direta do original, teve uma baixa aprovação da crítica (19%), apesar do sucesso de bilheteria.
A Volta do Parafuso (2020): Apesar de ter Steven Spielberg como um dos produtores, essa adaptação da história de 1898, A Volta do Parafuso, acabou sendo esquecida rapidamente. O filme teve um lançamento ruim e foi ofuscado pela série da Netflix, A Maldição da Mansão Bly, que também era uma adaptação da mesma história. A Volta do Parafuso tem apenas 12% de aprovação.
Alone in the Dark (2005) e BloodRayne (2006): Os filmes de Uwe Boll, lançados em janeiro de anos consecutivos, representam a tendência de adaptações de videogames para o cinema. Após o sucesso de Tomb Raider e Resident Evil, a indústria cinematográfica passou a adaptar jogos, muitas vezes sem explorar o potencial criativo do game. Alone in the Dark arrecadou US$ 13 milhões mundialmente e BloodRayne, apenas US$ 3,7 milhões. BloodRayne teve uma leve melhora com 4% de aprovação, enquanto Alone in the Dark atingiu um índice de 1%.
O Exorcismo de Deus (2012): No final dos anos 2000, houve um boom de filmes de terror em estilo found-footage. O Exorcismo de Deus foi um sucesso financeiro, arrecadando US$ 100 milhões com um orçamento de US$ 1 milhão. No entanto, o filme gerou frustração por terminar com um direcionamento para um site onde os espectadores supostamente encontrariam o final da história. O filme recebeu uma nota “F” no CinemaScore e tem apenas 6% de aprovação no Rotten Tomatoes.
O Homem que Veio do Nada (2017): Os anos 80 e 90 criaram ícones do terror, como os de Halloween, Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo. Nas décadas seguintes, o gênero lutou para encontrar novos assassinos. O Homem que Veio do Nada é sobre uma figura misteriosa que “amaldiçoa” as vítimas, levando-as à loucura e à morte. O filme tem apenas 19% de aprovação e arrecadou apenas US$ 30 milhões.
Ligação Perdida (2008): Após o sucesso de O Chamado em 2002, Hollywood produziu remakes americanos de filmes de terror asiáticos. Ligação Perdida, no entanto, não teve sucesso, com uma avaliação de 0% no Rotten Tomatoes, baseada em 80 críticas.