Kate Beckinsale revela assédio e pressão em Hollywood e apoia Blake Lively em processo
A atriz Kate Beckinsale, conhecida por filmes como Pearl Harbor e a franquia Anjos da Noite, usou suas redes sociais para manifestar apoio à atriz Blake Lively, que recentemente moveu um processo contra seu colega de elenco e diretor de É Assim que Acaba, Justin Baldoni. Em um vídeo no Instagram, Beckinsale revelou experiências próprias de assédio e pressão na indústria cinematográfica.
Beckinsale destacou que, embora não conheça Lively ou Baldoni, sente que é importante apoiar a atriz em sua denúncia. Ela enfatizou que “todos em TODAS as indústrias devem ser levados a sério e não serem punidos quando algo grave acontece com eles no trabalho”, expressando seus desejos para as novas atrizes na indústria.
A atriz de Canary Black criticou o sistema que se ativa quando uma mulher denuncia algo “legitimamente ofensivo, perturbador ou prejudicial” na indústria. Ela compartilhou que, em um filme não especificado, foi chamada de “vadia” por um colega de trabalho, e isso aconteceu porque ela havia reclamado do comportamento do ator que chegava bêbado todos os dias nas filmagens, atrasando o trabalho de todos, inclusive a impossibilitando de ver sua filha.
Em outra ocasião, ela conta que foi colocada em uma dieta e rotina de exercícios tão severas para um filme que ela parou de menstruar. E isso ocorreu duas vezes. Beckinsale também mencionou ter sido colocada em cenas de luta inseguras em dois filmes diferentes com dois atores distintos, destacando que alguns atores “sentem um certo prazer em machucar uma mulher durante uma sequência de luta”. Ela afirmou ter sido ferida e possuir exames de ressonância magnética que comprovam isso. A atriz mostrou suas lesões ao fazer as próprias cenas de ação em Canary Black em suas redes sociais.
Beckinsale também revelou ter sido “manipulada e feita para se sentir como se fosse o problema, culpada e excluída, deixada de fora de jantares do elenco e ignorada”. Em outra situação, ela foi forçada por um publicitário a fazer uma sessão de fotos no mesmo dia em que sofreu um aborto espontâneo.
A atriz também abordou o produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, mencionando que, embora não tenha sofrido assédio sexual direto, ele ameaçava diretores e revistas para não a contratarem caso ela recusasse um trabalho. Ela trabalhou com Weinstein na comédia romântica Escrito nas Estrelas, de 2001. Ela ainda lembrou que, aos 18 anos, foi “apalpada” por um membro da equipe em quem confiava, e quando reclamou, disseram que ela estava errada.
Ao finalizar, Beckinsale destacou que “isso continua acontecendo” e agradeceu a Blake Lively por trazer essa questão à tona novamente. Kate Beckinsale já havia revelado ter sofrido *body shaming* por parte de Michael Bay, diretor de Pearl Harbor, que comentou sobre sua aparência de forma depreciativa durante a divulgação do filme.
Segundo Beckinsale, logo após o nascimento de sua filha, ela havia perdido peso, mas Michael Bay disse que, caso ela fosse escalada para o filme, ela teria que se exercitar. A atriz também citou que o diretor disse que ela não era tão atraente assim, o que não alienaria o público feminino.