Lady Gaga revela impacto sombrio de interpretar Arlequina em ‘Coringa: Delírio a Dois’
Durante as filmagens, a atriz decidiu se desconectar temporariamente das redes sociais e de outras formas de exposição pública, como uma forma de se proteger e se concentrar na arte.
A aguardada sequência do filme “Coringa“, intitulada “Coringa: Delírio a Dois” (no original, Joker: Folie à Deux), tem gerado grande expectativa desde o anúncio de seu desenvolvimento. Com Joaquin Phoenix retornando ao papel do icônico Arthur Fleck e a inclusão de Lady Gaga como a personagem Arlequina, o filme promete explorar ainda mais as profundezas da psique humana. No entanto, a obscuridade da trama e o impacto emocional dessa narrativa densa não afetaram apenas o público e críticos, mas também os próprios atores envolvidos na produção.
Em uma entrevista recente ao portal E! News, Lady Gaga falou abertamente sobre os desafios que enfrentou ao interpretar Arlequina, uma das vilãs mais conhecidas do universo de Gotham. A cantora e atriz, cujo nome real é Stefani Germanotta, revelou que as intensas exigências psicológicas de sua personagem tiveram um impacto direto em sua vida pessoal. Gaga mencionou que, frequentemente, enfrentava dificuldades em deixar a personagem no set, o que influenciava seu cotidiano e sua relação com o noivo, Michael Polansky.
A profundidade do papel de Arlequina
Arlequina é uma figura complexa. Inicialmente introduzida como Harleen Quinzel, uma psiquiatra do Asilo Arkham que se apaixona por seu paciente mais famoso, o Coringa, ela gradualmente se transforma em uma personagem trágica e perturbada, profundamente envolvida no caos e na insanidade do Coringa. Para Lady Gaga, interpretar essa personagem icônica foi um desafio emocional e psicológico. Segundo ela, encontrar a voz e o comportamento da personagem exigiu uma imersão completa, ao ponto de influenciar sua vida fora do set.
“Eu tentei, todas as noites que eu ia para casa, deixar Arlequina no trabalho. Nós [Gaga e Polansky] fazíamos o jantar todas as noites após as filmagens. Mas às vezes a escuridão do filme ficava comigo, ou a cena permanecia comigo”, explicou a atriz. Ela detalhou que, apesar de seus esforços para desconectar da personagem, Arlequina, de certa forma, “se esgueirava” para sua vida pessoal, tornando difícil separar o trabalho da vida privada.
Esse tipo de experiência não é incomum entre atores que interpretam personagens densos ou sombrios, especialmente em filmes que exploram temas perturbadores, como é o caso de “Coringa: Delírio a Dois“. A conexão emocional com o papel pode levar a momentos de introspecção profunda, e para Gaga, isso significou, em alguns casos, se afastar temporariamente das redes sociais e da exposição midiática.
Em sua entrevista, Lady Gaga também comentou sobre o processo de construção da personagem. Ela revelou que, para dar vida a Arlequina, precisou se permitir explorar uma gama de emoções e técnicas não convencionais. Ao invés de seguir métodos rígidos de atuação ou de canto — algo que ela domina perfeitamente em sua carreira musical —, Gaga optou por uma abordagem mais visceral e crua.
“Eu permiti que tudo se tornasse disponível para mim quando me concentrei em tentar cantar como Arlequina, sem técnica, sem a respiração correta, apenas realmente de forma nua e crua”, explicou. Essa liberdade de expressão vocal foi uma forma de construir a autenticidade da personagem, transformando o processo criativo em algo mais fluido e intuitivo.
O filme, que é dirigido por Todd Phillips, traz uma estética musical em certos momentos, o que representa uma adição inusitada ao universo sombrio de Gotham. Isso foi algo que desafiou Lady Gaga, que já possui uma carreira consolidada na música, mas que precisou adaptar sua voz para atender às demandas emocionais e dramáticas de Arlequina.
Impacto emocional no elenco
Os relatos de Lady Gaga sobre os efeitos emocionais de interpretar Arlequina ecoam as experiências de Joaquin Phoenix durante o primeiro filme “Coringa”. Phoenix, que ganhou o Oscar de Melhor Ator por sua performance, também relatou, na época, o quão difícil foi se desconectar do personagem de Arthur Fleck, dada a profundidade psicológica do papel e a temática de saúde mental explorada no filme.
No caso de “Coringa: Delírio a Dois”, o impacto emocional parece ser uma constante para o elenco, que mergulha em uma narrativa que aborda temas como loucura, amor obsessivo e violência. Para Lady Gaga, a experiência foi intensa, mas ao mesmo tempo gratificante. Em suas palavras, o papel permitiu que ela explorasse novas facetas de sua criatividade, mas também exigiu um cuidado extra com sua saúde mental e bem-estar.
Durante as filmagens, a atriz decidiu se desconectar temporariamente das redes sociais e de outras formas de exposição pública, como uma forma de se proteger e se concentrar na arte. Gaga descreveu essa pausa como um período de cura e reconexão com sua inspiração. “Posso dizer pela primeira vez em muitos anos que meu amor por fazer arte, música, moda e apoiar a comunidade nunca foi tão gratificante”, escreveu em suas redes sociais.