Nem sempre as adaptações de obras de um autor querido são bem-sucedidas, especialmente quando esse autor é Stephen King, o escritor mais adaptado para o cinema e televisão depois de Shakespeare. E, diferentemente de Shakespeare, King está vivo e não tem receio de expressar suas opiniões sobre essas adaptações.
King sabe como promover seus projetos, mas também é honesto sobre o que não o agrada. Por isso, quando uma versão cinematográfica de sua obra não corresponde às suas expectativas, ele não hesita em criticá-la. Abaixo, listamos algumas das adaptações que o próprio autor considerou decepcionantes:
A Torre Negra (2017)
No mesmo ano em que It: A Coisa fez sucesso nas bilheterias, A Torre Negra foi um fracasso. Apesar de ter Idris Elba e Matthew McConaughey no elenco, o filme não agradou. King criticou a decisão de transformá-lo em um blockbuster de ação para maiores de 13 anos, o que, segundo ele, diluiu a essência da história. Ele também achou estranho que a adaptação começasse no meio de sua saga épica, que abrange oito romances, uma novela e um livro infantil. Como ele mesmo disse em 2017: “As pessoas ficarão muito confusas com isso.”
O Apanhador de Sonhos (2003)
O Apanhador de Sonhos gerou reações contraditórias de King. Inicialmente, ele defendeu o filme, mas sua opinião mudou com o tempo. O autor revelou que não gosta nem do livro original, que escreveu enquanto se recuperava de um acidente e usava analgésicos fortes, o que afetou sua escrita. Ele considera tanto o livro quanto o filme confusos e mal construídos.
Chamas da Vingança (1984)
Chamas da Vingança já não é uma das melhores obras de King, mas o filme é ainda pior. As atuações são fracas e a telecinese perde o brilho logo após o primeiro uso. Em uma entrevista de 1986, King chamou o filme de “um dos piores do lote” e o comparou a “purê de batata de refeitório”. Ele também criticou as atuações de David Keith e Martin Sheen.
A Hora do Pesadelo (1990)
A Hora do Pesadelo pode até ser uma opção para filmes de terror, mas não passa disso. O filme desperdiça a presença de Brad Dourif. Ao ser perguntado qual a pior adaptação de seu trabalho, King apontou A Hora do Pesadelo como um filme de “exploração rápida”, comparando-o a produções de Roger Corman ou da Asylum.
O Passageiro do Futuro (1992)
O conto O Passageiro do Futuro, que faz parte do livro Sombras da Noite, conta a história de um homem que contrata um serviço de jardinagem conduzido por uma criatura com aparência de bode que cultua o deus Pan. O filme, no entanto, não tem nada a ver com isso. King processou a produtora e teve seu nome removido da produção, recebendo uma indenização de 2,5 milhões de dólares. Segundo o autor, seu nome foi usado apenas para atrair público.
Comboio do Terror (1986)
Comboio do Terror foi o único filme dirigido por King, e ele mesmo admite que é terrível. Ele se desculpou diversas vezes com o ator Emilio Estevez. O autor reconheceu que não sabia como dirigir um filme e que estava sob efeito de cocaína durante as filmagens. Para ele, o filme é um “filme de imbecis”.
O Iluminado (1980)
Assim como a primeira adaptação de King, Carrie, a Estranha, O Iluminado tem muitos fãs. No entanto, King não faz parte desse grupo. Em seu livro Dança Macabra, ele chamou o filme de “irritante, perverso e decepcionante”. Apesar de Jack Nicholson ter uma atuação icônica, King não gostou da forma como o personagem Jack Torrance foi apresentado, já que ele o considerava louco desde o início, sem a construção gradual vista no livro. Segundo King, “O personagem de Jack Torrance não tem arco naquele filme. Absolutamente nenhum arco. Quando vemos Jack Nicholson pela primeira vez, ele está no escritório do Sr. Ullman… e você sabe, então, ele está louco como um rato de merda”.
