Nosferatu: Uma Sinfonia de Horror, do cineasta F.W. Murnau, é considerado uma obra-prima não só do terror, mas também do expressionismo alemão. Um século após seu lançamento, sua importância é inegável, especialmente considerando que quase todas as cópias do filme foram destruídas logo após sua estreia por uma decisão judicial que alegava violação de direitos autorais.
A Prana Film, estúdio responsável pela produção, adaptou Drácula, de Bram Stoker, com algumas alterações para tentar evitar problemas legais. O Conde Drácula foi renomeado para Conde Orlok, a história foi transferida da Inglaterra para a Alemanha, e Orlok matava suas vítimas em vez de transformá-las em vampiros. Apesar das mudanças, as semelhanças entre as duas histórias eram notórias, e muitas pessoas ainda acreditam que o monstro de Nosferatu seja o próprio Drácula. A viúva de Bram Stoker, Florence, processou a Prana Film, que acabou falindo. Em vez de buscar indenização, Florence exigiu que todas as cópias do filme fossem destruídas. A justiça deu ganho de causa a ela.
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Embora não haja certeza sobre quantas cópias foram destruídas, apenas algumas sobreviveram, e nenhuma delas estava completa. Esses poucos exemplares foram parar em museus e começaram a ser restaurados. As versões atuais de Nosferatu são montagens de várias cópias, com trechos da trilha sonora recriados. Algumas versões são em preto e branco, enquanto outras têm tons de amarelo ou azul para representar o dia e a noite, um detalhe debatido por especialistas.
Apesar dos esforços de Florence Stoker, Nosferatu não foi apagado da história. O filme é um marco do expressionismo alemão e ajudou a definir muitos elementos da mitologia vampírica. Em Drácula, a luz solar apenas enfraquece o personagem, enquanto Orlok é destruído por ela. Quase dez anos depois do lançamento de Nosferatu, a Universal Pictures adquiriu os direitos de Drácula e lançou o filme estrelado por Bela Lugosi em 1931. O Drácula de Lugosi, mais sedutor, influenciou obras como Os Garotos Perdidos, Drácula de Bram Stoker, Entrevista com o Vampiro e True Blood. Já o visual de Orlok, com Max Schreck, inspirou filmes como Salem’s Lot, Um Drink no Inferno e 30 Dias de Noite.
Apesar de suas origens controversas, o legado de Nosferatu: Uma Sinfonia de Horror é mais forte do que nunca. O filme não apenas influenciou o gênero do terror, como também a forma como as histórias de vampiros são contadas. É assustador imaginar o que teria acontecido se Florence Stoker tivesse conseguido eliminar o filme por completo.
Uma nova versão de Nosferatu, dirigida por Robert Eggers, chegará aos cinemas em 25 de dezembro. O elenco traz Bill Skarsgård como o icônico vampiro Conde Orlok e Lily-Rose Depp como a protagonista.