Novo filme de ‘A Múmia’ será dirigido por mestre do terror e promete reinventar o clássico
A estreia de A Múmia está prevista para 2026.
Os monstros da Universal são ícones do terror cinematográfico, estabelecendo as bases para os filmes de medo. Muitas dessas criaturas têm origens literárias, enquanto outras derivam do folclore e da mitologia. Um exemplo é A Múmia, que ganhará uma nova adaptação em breve.
Sete anos após uma tentativa fracassada de reboot, A Múmia retorna sob a direção de Lee Cronin, um veterano do cinema de terror. O projeto surge em um momento em que vampiros têm recebido o devido tratamento nas telonas, enquanto a representação das múmias ainda é limitada a algumas produções específicas. O novo filme terá o desafio de se destacar, buscando se firmar no gênero do terror.
Lee Cronin, o diretor da nova versão de A Múmia, ganhou destaque com o curta de terror Ghost Train há mais de dez anos. Seus trabalhos mais notáveis incluem o aclamado The Hole in the Ground (2019) e o sucesso sangrento Evil Dead Rise (2023), o mais recente filme da franquia criada por Sam Raimi. Ele também dirigiu episódios da série antológica 50 States of Fright, demonstrando sua experiência no gênero. Segundo o The Hollywood Reporter, a versão de Cronin será “diferente de qualquer filme de A Múmia já visto“.
A produção será feita em parceria com Blumhouse, Atomic Robot e New Line Cinema, esta última conhecida por A Hora do Pesadelo. A ausência da Universal torna a produção uma releitura da franquia. Assim como filmes de vampiros são variações de Drácula, o novo A Múmia se distanciará das versões anteriores, especialmente após o recente sucesso da nova versão de Nosferatu.
Embora o visual do Nosferatu de 1922 e o Drácula de 1931, estrelado por Bela Lugosi, sejam referências, o gênero de vampiros foi enriquecido por diversas mídias, como livros, séries, quadrinhos e jogos. Essa variedade garantiu a longevidade dos filmes de vampiros, lobisomens, zumbis e fantasmas. O mesmo não se pode dizer das múmias. O filme original da Universal de 1932, que deu origem ao conceito, não se baseou em nenhuma obra literária, diferentemente de Drácula, Frankenstein e O Homem Invisível. Assim, as versões de 1932 e, principalmente, o remake de 1999 com Brendan Fraser, definiram o gênero.
Múmias são raras em comparação a outros monstros. Embora sejam figuras comuns em várias culturas, as múmias do Egito Antigo são as mais icônicas. Essa ligação com a iconografia egípcia, apesar de interessante, torna-as menos maleáveis do que vampiros e lobisomens. A representação de múmias como seres lentos e envoltos em bandagens as aproxima de zumbis, um problema que as versões de 1932 e 1999 resolveram com a inclusão de poderes mágicos e habilidades semelhantes às de magos. Essa característica, por vezes, as transforma em um mero elemento de ambientação. A necessidade de combater múmias em cenários sem tecnologia avançada também limita sua presença no cinema.
O filme de 2017, A Múmia, estrelado por Tom Cruise, tinha o objetivo de inaugurar o “Dark Universe” da Universal, com novas versões de seus monstros clássicos, mas foi um fracasso de crítica e público. O filme tinha uma múmia feminina, similar ao filme de 1999, e se distanciou do terror ao apostar em ação, copiando fórmulas de filmes da Marvel. Até as melhores cenas eram pálidas imitações do filme de Stephen Sommers.
O novo filme precisa se afastar desses erros. A Múmia deve ser um filme de terror, com pouca ação. Uma ambientação em tempos antigos pode ajudar a tornar a múmia uma ameaça. É preciso que haja elementos da mitologia egípcia que diferenciem a múmia de um zumbi. O uso de escaravelhos carnívoros, como no filme de 1999, poderia ser um diferencial. O foco no terror deve ser prioridade na versão de Cronin, assim como na mitologia egípcia.
A Múmia de 2017 pareceu existir apenas para criar o universo compartilhado da Universal, que não vingou. A aparição de Dr. Jekyll e “Eddie Hyde”, este último análogo ao Hulk, e um final que forçava uma sequência também prejudicaram o filme. O diretor Lee Cronin parece ter evitado esses erros, prometendo algo diferente de tudo que já vimos.
A nova versão de A Múmia precisa se destacar para não ser apenas uma repetição de ideias antigas. Ao abraçar o terror, o novo filme tem potencial para dar aos espectadores motivos para temer o Egito. A estreia de A Múmia está prevista para 2026.