O diálogo surpreendente de Aragorn com os Uruk-hai em ‘O Senhor dos Anéis’ que foi cortado do filme
A Batalha do Abismo de Helm, clímax do filme ‘O Senhor dos Anéis: As Duas Torres’ de Peter Jackson, é um confronto épico entre os Rohirrim e o exército de Uruk-hai de Saruman. Refugiados na fortaleza abandonada do Abismo de Helm, os Rohirrim enfrentam uma batalha desesperadora, com a esperança de resistir até o amanhecer, quando Gandalf prometeu retornar com reforços. Embora as adições de Jackson à cena, como a presença de civis de Rohan e a ajuda dos elfos liderados por Haldir, sejam conhecidas pelos fãs, algumas omissões são menos comentadas.
No livro de J.R.R. Tolkien, o exército de Saruman não era composto apenas por Uruk-hai, mas também por Dunlendings e meio-orcs. Mais surpreendente, Aragorn teve uma conversa notavelmente civilizada com as forças de Saruman momentos antes da investida final. Esse diálogo, que demonstrava o caráter excepcional de Aragorn, foi cortado da adaptação cinematográfica.
No livro, após concordar com Théoden em enfrentar os atacantes, Aragorn vai até o topo da muralha e ergue a mão em sinal de paz. As forças de Saruman respeitam o gesto e interrompem brevemente o ataque, embora continuem hostis. Eles exigem a rendição de Théoden, mas Aragorn se recusa, dizendo que está apenas "olhando para o amanhecer". Os Uruk-hai acreditam que ele se refere ao medo que os orcs têm do sol, mas Aragorn, na verdade, busca a chegada de Gandalf com reforços. Ele então adverte seus inimigos:
Apesar de ser uma ameaça, Aragorn desejava evitar mais derramamento de sangue. Sua confiança impressionou os Dunlendings, mas os Uruk-hai não se intimidaram. Após perceberem que não haveria rendição, retomaram o ataque.
Na sequência, os eventos do livro se assemelham ao filme. Aragorn, Théoden e a cavalaria atacam, a trompa de Helm Hammerhand soa e, após um contra-ataque surpresa, o exército de Saruman é derrotado com a chegada de Gandalf. No livro, Aragorn permite que os Dunlendings sobreviventes ajudem a reparar os danos e jurem nunca mais atacar Rohan, demonstrando misericórdia, algo que ele havia prometido.
A cena do diálogo demonstra o poder e a nobreza de Aragorn. Mesmo em desvantagem, ele exige respeito de seus inimigos. Sua atitude, que mescla misericórdia com firmeza, é uma marca de sua personalidade. No entanto, a inclusão dessa cena no filme teria quebrado o ritmo tenso da batalha. No livro, o foco de Tolkien era na estratégia geral da batalha, enquanto no filme, Jackson buscava mostrar os Uruk-hai como monstros aterrorizantes e implacáveis, o que tornava a conversa de Aragorn com eles incompatível com a atmosfera desejada.
Embora essa cena tenha sido omitida, Aragorn teve outras oportunidades de demonstrar sua realeza em ‘O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei’, consolidando seu papel como o líder destinado a ser.
Enquanto isso, outra discussão tomou conta dos fãs de ‘O Senhor dos Anéis’. Uma postagem no Reddit questiona por que o Palantír não reage a Pippin quando ele o toca pela primeira vez em Isengard, gerando debates e teorias. A resposta é que no livro, os Palantír se comunicam apenas entre si, se estiverem na mesma direção. A cena em que Sauron vê Pippin é uma exceção, uma coincidência que exigiu que Pippin estivesse voltado para Barad-dûr e para o próprio Sauron. Essa diferença entre o livro e o filme causa confusão entre os fãs, demonstrando um ponto falho na adaptação cinematográfica.