Tim Burton, Danny Elfman e Henry Selick marcaram a história do cinema com O Estranho Mundo de Jack. A animação, um clássico atemporal, levanta debates sobre a dificuldade de emplacar uma história tão original nos dias atuais. O filme é constantemente revisitado por fãs, que aguardam ansiosamente por uma possível sequência.
Apesar de Tim Burton ser conhecido por remakes, como Sombras da Noite e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, não há indícios de que O Estranho Mundo de Jack ganhará uma nova versão ou continuação. No entanto, a recente sequência de Beetlejuice, Beetlejuice Beetlejuice, reacendeu as esperanças dos fãs de revisitar a Cidade do Halloween. Lançado 36 anos após o original, Beetlejuice Beetlejuice mostra que nada é impossível. Até o momento, Burton e Selick não têm planos para uma continuação ou reboot de O Estranho Mundo de Jack, mas, como em Beetlejuice, essa decisão pode mudar.
A produção de um filme em stop-motion demanda tempo e dedicação, mas há um grande desejo do público por efeitos práticos e artísticos. A crescente utilização de CGI e, até mesmo, de inteligência artificial em filmes tem levado muitos espectadores a ansiar por produções mais autênticas e detalhadas. Por ser um filme em stop-motion, O Estranho Mundo de Jack facilitaria o retorno de atores mais velhos, a adequação de agendas e a substituição de atores originais indisponíveis.
O estilo visual único de Tim Burton o consagrou, permitindo que ele criasse truques visuais sutis e admirados pelos fãs. Além disso, o universo do filme é repleto de personagens memoráveis e marcantes, o que torna qualquer retorno à Cidade do Halloween algo extremamente bem-vindo. Muitos acreditam que a história de Jack Skellington já foi contada, mas a Cidade do Halloween é rica e abriga outras tramas que merecem ser exploradas.
Sally, a adorável personagem inspirada em Frankenstein, é muito mais do que o interesse romântico de Jack Skellington. Ela é uma deuteragonista com objetivos, interesses e conflitos próprios. Sua criatividade e esperteza a tornam cativante. Diferentemente do monstro de Frankenstein, criado com partes de cadáveres humanos, Sally foi feita de retalhos, tecido e folhas de outono. Inicialmente, ela é apenas uma amiga de Jack, admirando-o de longe devido ao isolamento imposto por seu criador. Suas raras escapadas são rapidamente punidas, mas sua determinação é inabalável. Quando ela e Jack finalmente confessam seu amor, a história se completa, reforçando o propósito do protagonista e a relação com Sally. Ela é a única com quem Jack compartilha momentos de vulnerabilidade, já que com os demais, ele costuma usar sua máscara de Rei Abóbora.
Como grande parte da história de O Estranho Mundo de Jack se passa com Sally lutando contra seu aprisionamento, sua jornada parece apenas ter começado ao final do filme. A trama original é mais focada em Jack, explorando temas sobre o Natal e apropriação cultural. Sally, por sua vez, tem uma personalidade mais segura e merece uma narrativa própria. A personagem não é apenas um interesse romântico ou um tema para fantasias de Halloween, ela provou ter apelo como protagonista.
A popularidade de Sally também se manifestou em outras mídias. Ela aparece em três jogos da série Kingdom Hearts: o primeiro Kingdom Hearts, Kingdom Hearts: Chain of Memories e Kingdom Hearts II. Em Kingdom Hearts II, ela reforça os temas centrais da história de Jack, e em Chain of Memories, Sally tenta roubar uma poção do Dr. Finkelstein. Embora seus planos sejam frustrados por Oogie Boogie, sua participação é muito apreciada pelos fãs. Além disso, as cenas de Jack e Sally são muito populares no jogo.
Autores também criaram histórias paralelas para Sally, como romances para jovens adultos e graphic novels. Mirror Moon, da Tokyopop, é uma graphic novel sobre Sally escrita por Mallory Reaves e ilustrada por Gabriella Chianello e Nataliya Torretta. A história apresenta Sally tentando ajudar Jack enquanto resolve um mistério na Cidade do Halloween. Já a autora Shea Ernshaw escreveu Long Live the Pumpkin Queen, um romance sobre Sally após seu casamento com Jack Skellington. O livro explora o relacionamento do casal e a jornada de Sally como a Rainha Abóbora.
A personagem Sally possui talentos e interesses únicos, como suas habilidades com poções e costura, além de seus dons psíquicos. Ela consegue, inclusive, prever o futuro por meio da observação de flores, como quando tem uma visão da transformação de uma flor em uma árvore de Natal em chamas. Essas habilidades pouco exploradas oferecem um grande potencial para uma história focada nela, por exemplo, a personagem poderia ter visões sobre a Cidade do Halloween, abrir uma loja de roupas, trabalhar com aranhas na produção de seda ou se juntar às bruxas em um jardim de ervas venenosas. As possibilidades são infinitas para explorar a personagem de Sally como protagonista em novas histórias.
