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Pixar remove personagem trans de série ‘Win or Lose’ após episódio finalizado, causando revolta

A série animada Win or Lose da Pixar, que chegará ao Disney+ em 2025, está no centro de uma controvérsia após a decisão da Disney de remover uma personagem trans da trama. A notícia tem causado descontentamento entre ex-funcionários da Pixar que trabalharam no projeto, que se dizem "devastados" com a mudança.

A série acompanha um time de softball do ensino fundamental chamado Pickles. Originalmente, um dos episódios apresentaria uma personagem transgênero, mas, segundo informações divulgadas, a Disney optou por eliminar a narrativa, citando preocupações parentais. Embora a personagem continue na série, todas as falas que faziam referência à sua identidade de gênero foram cortadas. Sarah Ligatech, ex-editora assistente da Pixar que atuou como consultora no episódio, expressou sua frustração com a decisão.

"Não me surpreendeu, mas me devastou", disse Ligatich, que se identifica como trans. Ela relatou que a Disney tem priorizado lucros em detrimento da qualidade do conteúdo e que, durante uma reunião com o então CEO Bob Chapek, foi afirmado que a animação é vista como um meio conservador.

A decisão de cortar a história veio após a finalização do episódio, gerando a necessidade de ajustes para cumprir a data de estreia em fevereiro de 2025. Outro ex-funcionário da Pixar, que viu o episódio finalizado, descreveu a trama como "linda" e lamentou sua remoção. "O episódio ilustrava de forma linda algumas das experiências de ser trans e literalmente iria salvar vidas, mostrando àqueles que se sentem sozinhos que há pessoas que os entendem. É frustrante que a Disney tenha decidido gastar dinheiro para não salvar vidas", disse a fonte.

Outro ex-funcionário da Pixar também trans classificou a situação como "100% política", mencionando um acordo de US$ 15 milhões da ABC News com Trump e o corte de um episódio de Devil Dinosaur and Moon Girl que apresentava uma personagem transgênero. “Todos nós que sabíamos sobre Win or Lose e essa personagem estávamos apreensivos. ‘Por favor, não nos atinjam agora’”, comentou.

Ligatech também compartilhou uma conversa que teve com o produtor executivo David Lally sobre a personagem Kai, de Chanel Stewart. Ela lamenta a decisão da Disney, mas observa que a Netflix parece ser mais receptiva a conteúdo LGBTQ+, citando o filme animado Nimona, que aborda uma alegoria trans e recebeu uma indicação ao Oscar.

“Chorei muito ontem pensando na conversa que David teve que ter com [Chanel]”, disse Ligatech. “Não só estão pedindo para alguém interpretar quem não é, como também para entender uma conversa política que está muito além deles. Eles tinham essa história pronta há dois anos, podiam tê-la lançado durante a presidência de Biden, mas escolheram não fazer”. Ligatech acrescentou que “A Netflix está mais do que feliz em hospedar conteúdo que conte histórias LGBTQ autênticas. É assim que as coisas vão funcionar, com muitos estúdios independentes surgindo para contar histórias”.

Win or Lose está programada para estrear no Disney+ em 19 de fevereiro de 2025.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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