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Positividade tóxica: como a Alegria de Divertida Mente ilustra um problema real de saúde mental?

É fundamental permitir e validar todas as emoções, buscando um equilíbrio saudável entre o reconhecimento e o enfrentamento adequado dos sentimentos positivos e negativos.

Você já se questionou sobre a diferença entre otimismo e positividade tóxica? A personagem Alegria, dos filmes “Divertida Mente”, embora encantadora, ilustra, em alguns momentos, a problemática da positividade tóxica. Sua insistência em controlar as emoções e silenciar outras sensações, como a Tristeza, levanta importantes questões sobre saúde mental.

De acordo com o neurocientista Fernando Gomes, neurocirurgião e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da USP, o otimismo é uma predisposição mental positiva, mesmo diante de desafios. Já a positividade tóxica surge quando se ignora ou minimiza sentimentos negativos, forçando uma atitude positiva em situações que exigem uma abordagem mais realista. Essa postura pode ser prejudicial à saúde.

A psicóloga e terapeuta cognitivo-comportamental Rosângela Casseano complementa que o otimismo saudável está ligado à resiliência – a capacidade de se adaptar e se recuperar de adversidades. A positividade tóxica, ao contrário, busca incessantemente a felicidade, ignorando as dificuldades reais. A especialista ressalta a importância de reconhecer e lidar com as emoções de forma equilibrada, permitindo o enfrentamento dos desafios e a busca por soluções.

O que é positividade tóxica e como identificá-la?

Para Rosângela, a positividade tóxica se caracteriza pela ênfase em sempre se mostrar positivo, negando ou reprimindo emoções consideradas “negativas”, como tristeza, raiva ou medo. Quando não lidamos adequadamente com nossas emoções, elas tendem a se acumular, causando estresse, ansiedade e até depressão.

Alguns sinais indicam a positividade tóxica: evitar ou minimizar a expressão de emoções negativas, encobrindo situações difíceis e focando exclusivamente no lado positivo, evitando o confronto com adversidades. Essa atitude se torna um bloqueio emocional, impedindo o aprendizado e o crescimento pessoal.

Otimismo ou positividade tóxica?

A principal diferença reside na forma como cada mentalidade lida com adversidades. O otimismo saudável reconhece e aceita os desafios, mantendo a crença na superação. Já a positividade tóxica nega emoções negativas, forçando a positividade sem resolver as dificuldades. A positividade saudável está associada à resiliência, a capacidade de se adaptar bem a situações adversas.

A felicidade tem limites?

A felicidade é subjetiva e complexa, afirma Rosângela. Não há limites para buscá-la, mas a vida inclui momentos bons e ruins. A busca constante pela felicidade pode gerar pressão e insatisfação. É importante aceitar a existência de emoções negativas e valorizar a saúde emocional como um todo.

Fernando Gomes reforça que a felicidade tem limites naturais. A aceitação da complexidade emocional e uma mentalidade equilibrada são essenciais para o bem-estar a longo prazo.

Lidando com emoções “negativas”

É possível lidar com emoções consideradas negativas sem cair na positividade tóxica. O neurocientista sugere:

  • Autoconhecimento: reconhecer e identificar suas emoções;
  • Expressão emocional: encontrar formas saudáveis de expressá-las;
  • Aceitação: aceitar suas emoções sem julgamento;
  • Equilíbrio emocional: buscar equilíbrio entre reconhecer e lidar com emoções negativas;
  • Autocuidado: priorizar práticas de autocuidado;
  • Resiliência: desenvolver habilidades de resiliência;
  • Buscar ajuda profissional: em casos de dificuldade extrema.

Redes sociais e positividade tóxica

As redes sociais contribuem para a positividade tóxica. A maioria compartilha apenas momentos positivos, criando pressão social para que todos aparentem estar sempre bem. Isso leva à comparação social e ao sentimento de inadequação, reforçando a ideia de que sentir emoções negativas não é aceitável. A cultura do “curtir” reforça a busca constante pela felicidade e a negação de emoções negativas.

Rosângela alerta que reprimir emoções não as faz desaparecer. É preciso reconhecê-las e lidar com elas adequadamente, buscando apoio quando necessário. A pressão para ser sempre feliz e a negação de emoções negativas podem dificultar o acesso e a identificação dessas emoções a longo prazo, aumentando o estresse, a ansiedade e até mesmo a depressão.

Fernando Gomes conclui que a pressão pela positividade constante pode afetar significativamente a saúde mental, levando a um acúmulo de sentimentos não processados e dificultando a conexão com as próprias emoções e com os outros. É fundamental permitir e validar todas as emoções, buscando um equilíbrio saudável entre o reconhecimento e o enfrentamento adequado dos sentimentos positivos e negativos.

Romário Nicácio

Administrador de redes, estudante de Ciências e Tecnologia (C&T) e Jornalismo, que também atua como redator de sites desde 2009. Co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, com um amplo conhecimento em diversas áreas. Com uma vasta experiência em redação, já contribuí para diversos sites de temas variados, incluindo o Notícias da TV Brasileira (NTB) e o Blog Psafe. Sua paixão por tecnologia, ciência e jornalismo o levou a buscar conhecimentos nas áreas, com o objetivo de se tornar um profissional cada vez mais completo. Como co-fundador do Portal N10 e do N10 Entretenimento, tenho a oportunidade de explorar ainda mais minhas habilidades e se destacar no mercado, como um profissional dedicado e comprometido com a entrega de conteúdo de qualidade aos seus leitores. Para entrar em contato comigo, envie um e-mail para [email protected].

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