Relembre os filmes do Quarteto Fantástico dos anos 2000: como envelheceram?
Antes do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) consolidar os super-heróis em um único universo, diversos filmes de personagens da Marvel foram lançados entre o final dos anos 90 e meados dos anos 2000, com diferentes níveis de qualidade. Agora, com a chegada de um novo filme do Quarteto Fantástico em 2025, vale a pena revisitar as produções de Tim Story sobre a primeira família da Marvel e analisar como elas envelheceram.
Será que o único elogio que podemos fazer aos filmes de 2005 e 2007 é que são melhores do que o desastroso Fant4stic de 2015? Vamos explorar os pontos positivos e negativos das duas adaptações.
Pontos Positivos
O grande destaque de Quarteto Fantástico (2005) e Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (2007) é a escolha do elenco, pelo menos em parte. Michael Chiklis foi uma escolha perfeita para Ben Grimm/Coisa, assim como Chris Evans para Johnny Storm/Tocha Humana. Ambos entregaram atuações convincentes, com Chiklis capturando a bondade e o sofrimento de seu personagem, enquanto Evans trouxe o entusiasmo de Johnny, tornando até mesmo as piadas mais fracas engraçadas.
Nas adições do segundo filme, Doug Jones e Laurence Fishburne foram escolhas ideais para dar vida ao Surfista Prateado. Por outro lado, embora a atuação de Jessica Alba como Sue Storm/Mulher Invisível seja um pouco subestimada, Ioan Gruffudd parece deslocado nas duas aventuras. Já Julian McMahon é eficiente no primeiro filme, mas exagera um pouco em Surfista Prateado. No geral, a força das atuações de Evans e Chiklis compensam algumas falhas.
Outro ponto positivo é o ritmo das produções. Para quem busca um entretenimento descompromissado, ambos os filmes funcionam bem nesse quesito, especialmente o primeiro. Quase todas as cenas impulsionam a narrativa, o que, tecnicamente, é bom. No entanto, isso tem um preço.
Pontos Negativos
A questão do envelhecimento é um ponto fraco. Os dois filmes fazem referências à cultura pop de sua época, o que em alguns casos soa datado. Por exemplo, a referência de Johnny aos comerciais "Priceless" da MasterCard é um pouco forçada, mesmo que esses anúncios (que começaram em 1997) ainda existam. Em geral, referenciar a cultura pop da época do lançamento de um filme soa como uma tentativa desesperada de agradar o público naquele momento, tornando o filme menos eficaz atualmente.
O ritmo acelerado, embora positivo em certos aspectos, também é um problema. A velocidade com que os eventos se desenrolam prejudica o desenvolvimento dos personagens. No primeiro filme, os personagens ganham seus poderes em menos de 15 minutos, e o público sabe pouco sobre eles além do básico: Ben e Reed são amigos, Reed e Sue já namoraram e Sue e Johnny são irmãos.
A profundidade dos personagens nem sempre é o foco principal de um filme de super-heróis, mas há uma razão para que Homem-Aranha 2, da mesma época, seja tão elogiado: seu foco nas lutas pessoais do protagonista e também do vilão, Dr. Octopus. Comparativamente, os filmes do Quarteto Fantástico são superficiais nesse quesito. No geral, eles se encontram em uma posição intermediária na hierarquia dos filmes de super-heróis, o que significa que não resistiram tão bem ao tempo, mas ainda valem a pena serem assistidos, se você tiver tempo livre.