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Rivalidade entre Marvel e DC: entenda como Stan Lee tentou acalmar os ânimos

No mundo dos super-heróis, seja nos cinemas, na televisão ou nas histórias em quadrinhos, a disputa entre Marvel e DC sempre foi um tema central. Ambas as editoras têm uma longa trajetória, repleta de histórias e personagens icônicos que marcaram a infância de muitas pessoas. Fundadas no início do século XX, nas décadas de 1930 e 1940, elas se tornaram gigantes do entretenimento no gênero, e uma rivalidade começou a surgir naturalmente. Hoje em dia, essa disputa não é tão relevante, mas no passado, quando a Marvel começou a se destacar e influenciar outras editoras, a batalha foi intensa.

Na verdade, essa rivalidade foi impulsionada principalmente pelos fãs, o que levou a algumas ações indiretas da DC. O sucesso da Marvel a tornou uma referência, o que fez sua concorrente ajustar seu universo para atrair o mesmo tipo de público. Stan Lee, cofundador da Marvel Comics, sempre enfatizou que não havia problemas com a editora rival. Seus comentários destacavam que os estilos eram diferentes e que não havia motivo para inimizade.

Todo fã da Marvel conhece Stan Lee, famoso por suas participações em filmes e easter eggs. No passado, antes de Lee revolucioná-la, a editora era conhecida como Atlas Comics. Nos anos 1960, com o lançamento de Quarteto Fantástico, seguido por O Espetacular Homem-Aranha, o cenário mudou. Outras editoras se sentiram ameaçadas e começaram as críticas à DC. Stan Lee utilizou sua coluna “Stan’s Soapbox” para interagir com os leitores e afirmar que não havia motivo para essa rivalidade.

A Marvel estava transformando a indústria dos quadrinhos, e outras editoras começaram a espelhar esse sucesso em suas próprias histórias. O grande diferencial da Marvel era a profundidade de seus heróis, que tinham falhas e conflitos humanos, algo inovador para personagens que eram vistos como invencíveis e perfeitos. A DC começou a fazer mudanças inspiradas nisso, e foi aí que Lee não se conteve. Em uma de suas colunas, ele declarou que a Marvel estava sendo imitada, criticando outras editoras. A DC não gostou e respondeu em Adventure Comics #350, com o personagem Camaleão fazendo uma crítica velada ao Homem-Aranha.

Com a estreia da série Batman em 1966, a influência da Marvel Comics cresceu ainda mais. Lee decidiu ser mais direto sobre a rivalidade. “Na verdade, eles não são competição! Eles miram em um público totalmente diferente. Não atendemos a nenhuma faixa etária especial, mas a um nível intelectual especial”, disse ele em sua coluna. “Nossos leitores são brilhantes, imaginativos, informais e sofisticados! Então, não nos importamos quando nossos concorrentes dizem que vendem mais do que nós.”

Em entrevista ao The Hollywood Reporter em 2017, Lee relembrou o passado, afirmando que a Marvel sempre teve um senso de humor que a DC não entendia. Para ele, esse era o segredo: seus leitores queriam identificação e um equilíbrio entre drama e humor. As histórias da DC, por outro lado, tinham uma abordagem mais tradicional e idealizada. Essa diferença é o motivo pelo qual não há razão para rivalidade, pois os públicos são distintos.

Além disso, Marvel e DC já fizeram crossovers nas histórias em quadrinhos, sempre com pequenas provocações. O mesmo poderia acontecer no universo cinematográfico, mas, se acontecer, deve demorar um pouco.

A principal diferença entre as editoras é a abordagem: a DC foca em histórias clássicas e heróis com foco no heroísmo, enquanto a Marvel constrói personagens com características humanas e que enfrentam problemas cotidianos. Os vilões da DC são antagonistas claros, enquanto os da Marvel podem ser anti-heróis. A Marvel também explora a rivalidade entre seus próprios heróis. Quanto ao cenário, as cidades da DC são mais fantásticas, enquanto as da Marvel são mais realistas. Visualmente, a DC valoriza ícones, e a Marvel, cores.

Comando das Criaturas, série da DC Studios, está dando destaque a personagens menos conhecidos. A ideia é que todo herói tenha potencial para brilhar, e a DC pode encontrar muitas histórias interessantes em seu catálogo. Alguns personagens merecem uma atenção especial:

  • Kamandi: Criado por Jack Kirby, é um dos últimos humanos em um mundo de animais falantes. Sua história pós-apocalíptica seria perfeita para uma animação.
  • Homem-Animal: Um personagem com poderes animais que passou por uma reformulação nos anos 1980, tornando-se um vegetariano e eco-guerreiro. Uma série adaptando seus quadrinhos clássicos seria interessante.
  • Besouro Ambulante: Personagem cômico, capaz de quebrar a quarta parede, criado por Keith Giffen. Suas trapalhadas seriam ótimas em qualquer produção da DCU.
  • Homem-Hora: Rex Tyler criou uma pílula que lhe dava superpoderes por uma hora, mas que também causava vício. Sua luta contra o vício e seu legado familiar dariam boas histórias na DCU.
  • Metal Men: Criados por Will Magnus, são robôs com personalidades complexas e poderes relacionados a seus elementos. Uma série ambientada nos anos 1960/70 seria bem-vinda.
  • Detetive Chimp: Um chimpanzé que fala e resolve crimes. Sua sagacidade e conhecimento do lado sombrio do universo mágico da DC o tornariam um personagem de destaque.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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