Robert Eggers e o Longo Caminho até Nosferatu: Experiências Passadas Forjaram o Filme
Robert Eggers, diretor de A Bruxa, O Farol e O Norte, finalmente lançou sua adaptação de Nosferatu, um projeto que o acompanha desde a infância. Em entrevista à IndieWire, Eggers revelou sua obsessão duradoura pelo clássico alemão de 1922. “Vi uma foto de Max Schreck como o Conde Orlok em um livro na minha escola primária e perdi a cabeça”, contou. Ele chegou a encenar uma versão de Nosferatu no ensino médio.
Após o sucesso de A Bruxa, Eggers considerou a adaptação de Nosferatu para seu segundo filme algo “feio, blasfemo, egomaníaco e repugnante para um cineasta na minha posição”. No entanto, a realização do projeto acabou sendo adiada. A experiência na direção de O Farol e O Norte foi crucial para sua jornada com Nosferatu. “Eu não teria tido o controle porque não tinha a influência, e também não tinha, francamente, a experiência. Eu era um cineasta menos hábil do que sou agora”, disse Eggers. “Aprendi muito e cresci muito como pessoa e como cineasta.”
Eggers destacou que O Farol permitiu-lhe concretizar sua visão, enquanto O Norte, por sua grandiosidade, representou um desafio significativo, mas também uma valiosa experiência. “Após fazer O Norte, finalmente senti que sabia como dirigir um filme. Isso me deu as ferramentas para finalmente me sentir confiante como diretor.” Essa confiança foi fundamental para encarar Nosferatu.
A produção de O Norte, apesar de ser “um filme grande demais para nossa capacidade”, fortaleceu a colaboração entre Eggers e sua equipe. “Nossas colaborações com os chefes de departamento criativo ficaram muito mais fortes e somos extensões uns dos outros. Podemos nos impulsionar, indo além do que qualquer um de nós poderia imaginar sem o outro nos empurrando. Somos muito melhores em articular o que está em nossa imaginação e colocá-lo na tela.” Essa clareza de visão o guiou em Nosferatu.
Em relação à escolha do elenco, Bill Skarsgård, conhecido por seu papel como Pennywise em It: A Coisa, inicialmente faria o papel de Thomas Hutter em Nosferatu, mas acabou interpretando o Conde Orlok. Em entrevista ao podcast Happy Sad Confused, Skarsgård disse: “Li o roteiro, e ele simplesmente me impressionou. Fiz o teste para o papel de Friedrich Harding e, então, ele achou que eu poderia ser bom para Thomas Hutter, e eu consegui o papel. Eu deveria ter sido Thomas Hutter neste filme há 10 anos.”
Outros nomes foram considerados para o papel de Nosferatu, incluindo Willem Dafoe e Mads Mikkelsen. Skarsgård descreveu o processo para conseguir o papel de Orlok como intenso e transformativo. “Quando terminamos, eu disse: ‘Nunca mais quero interpretar algo tão malvado. Nunca mais quero usar próteses'”, disse ele à revista Empire. “Realmente me afetou. Orlok é um mago oculto, e isso me afetou em termos de tentar habitar esse espaço.”
Nosferatu está em cartaz nos cinemas.