Rumiko Takahashi: a rainha do mangá que se tornou a mulher mais rica do Japão
Aos 67 anos, Rumiko Takahashi continua ativa, publicando desde 2019 sua última série, Mao, uma história que mistura romance, mistério e elementos sobrenaturais, com 22 volumes já lançados.
Rumiko Takahashi, uma lenda viva do mundo do mangá, alcançou notoriedade e fortuna com suas obras icônicas, como InuYasha, Urusei Yatsura e Ranma ½. A influência de Takahashi na indústria é inegável, tanto que ela chegou a ser considerada a mulher mais rica do Japão. Seus trabalhos não apenas cativaram o público japonês, mas também conquistaram fãs ao redor do mundo.
A jornada de Takahashi começou com sua paixão por desenho, rabiscando em seus cadernos escolares. Essa paixão a levou a estudar com o renomado mangaka Kazuo Koike, criador de El Lobo Solitário e seu Filhote. A lição mais valiosa que aprendeu com Koike foi que “o mangá é conduzido pelos personagens”. Segundo o mestre, personagens bem construídos são a chave para o sucesso de uma história. Além disso, Takahashi também se inspirou em leituras de shonen, como Ashita no Joe, Yakyuu Kyo no Uta, Cyborg 009 e Devilman.
Sua estreia profissional ocorreu em 1978, na revista Shonen Sunday, com a comédia de ficção científica e romance Urusei Yatsura. O mangá não apenas se tornou sua primeira série de longa duração, como também a tornou a primeira mulher japonesa a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas, demonstrando que o gênero shonen também poderia ser escrito por mulheres. A série ganhou uma adaptação para anime em 1981, conhecida no Brasil como Lamu, a Invasora. Recentemente, em 2022, a David Production trouxe uma nova versão do anime, com duas temporadas e 46 episódios, com o título original, Urusei Yatsura.
Outro sucesso de Takahashi foi Maison Ikkoku, uma comédia romântica baseada em suas experiências pessoais, publicada entre 1980 e 1987, que também ganhou adaptação para anime nos anos 80. Na mesma época, ela surpreendeu seus leitores com Mermaid Saga, um mangá que explorava o gênero do terror. Após One Pound Gospel, também adaptado para anime, ela iniciou a publicação de Ranma ½, uma comédia romântica de ação que se tornou um de seus trabalhos mais populares, com 38 volumes publicados entre 1987 e 1996.
Ranma ½ foi tão influente que ganhou diversas adaptações para anime, incluindo filmes e especiais. Uma nova adaptação, produzida pelo estúdio MAPPA, foi lançada em 2024 e está disponível na Netflix. O sucesso de Ranma ½ no ocidente abriu as portas para a chegada de InuYasha, publicado entre 1996 e 2008, com 56 volumes. InuYasha, com uma temática mais sombria, também ganhou uma adaptação para anime em 2000 e quatro filmes, com a série finalizada em 2009 com InuYasha: The Final Act.
Com uma vasta e bem-sucedida carreira, Rumiko Takahashi se tornou uma das mangakas mais vendidas da história. InuYasha ultrapassou 50 milhões de cópias vendidas apenas no Japão, enquanto suas obras em geral somam mais de 230 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
O reconhecimento internacional também se reflete nos prêmios que recebeu, como o Inkpot Award na Comic-Con de San Diego em 1994, sua indução ao Eisner Hall of Fame em 2018, o Grand Prix de la ville d’Angoulême em 2019, a Medalha com Fita Púrpura do governo japonês em 2020, e o título de Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres pelo governo francês em 2023. Tamanho sucesso levou Rumiko Takahashi a ser considerada uma das mulheres mais ricas do Japão, com um patrimônio líquido estimado em 65 milhões de dólares.
Aos 67 anos, Rumiko Takahashi continua ativa, publicando desde 2019 sua última série, Mao, uma história que mistura romance, mistério e elementos sobrenaturais, com 22 volumes já lançados.