O diretor de Pantera Negra, Ryan Coogler, revelou que tinha um vilão específico em mente para o filme de 2018: Kraven, o Caçador. Conhecido principalmente como antagonista do Homem-Aranha desde sua estreia em Amazing Spider-Man #15, em 1964, Kraven não apenas caçou o aracnídeo, mas também outros inimigos animalescos do herói, como o Abutre, o Lagarto e o Homem-Lobo, além de personagens como Tigra e o próprio Pantera Negra.
Sergei Kravinoff, um caçador que passou anos aprimorando suas habilidades nas selvas africanas, seria um predador natural para o Pantera Negra. Assim como T’Challa, que possui sentidos e habilidades aprimoradas pela erva em formato de coração de Wakanda, Kraven ingeriu poções de ervas mutagênicas que aumentaram sua força, velocidade e agilidade.
Nos quadrinhos, Pantera Negra e Kraven se enfrentaram em Pantera Negra (Vol. 3) #6-7, de 1999, parte da influente fase escrita por Christopher Priest, que apresentou personagens que mais tarde se juntariam ao MCU em Pantera Negra (2018): Zuri, Nakia, Okoye e as Dora Milaje.
A história em duas partes, intitulada "Caçado" e "Engaiola", colocou T’Challa contra o filho de Sergei, Alyosha Kravinoff, que assumiu o manto de Kraven, o Caçador, após a morte de seu pai em A Última Caçada de Kraven.
Kraven atacou T’Challa em uma recepção para o monarca wakandiano na Casa Branca, em Nova York, revelando que o Caçador Branco o contratou para capturar seu irmão adotivo. T’Challa derrotou Kraven em uma batalha que se estendeu pelas ruas de Tribeca antes de ser interrompida pelos Vingadores. Anos depois, após a ressurreição de Sergei, T’Challa lutou contra Kraven novamente quando atuava como vigilante em Hell's Kitchen (em Pantera Negra: O Homem Sem Medo #519-520, de 2011). Kraven drogou T’Challa com uma toxina neural antes de lutar contra ele pela cidade, mas acabou desistindo de sua caçada "desonrosa".
Coogler queria usar Kraven, mas logo descobriu que a Marvel Studios não detinha os direitos do personagem. A Sony Pictures, produtora da série Homem-Aranha, havia adquirido os direitos de Kraven – e de mais de 900 outros personagens da Marvel – quase duas décadas antes.
"Sendo fã da Marvel, você quer usar todos os personagens. Mas você percebe que existem contratos. Você não tem aquele personagem", explicou Coogler ao Yahoo UK em 2018. "Houve uma fase de Christopher Priest que foi bem intensa, há uma grande cena em que Pantera está lutando contra Kraven, Kraven, o Caçador."
"Eu sempre amei Kraven, o Caçador, em quase todas as versões. Então houve um momento – 'Posso usar Kraven?' – e eles disseram 'Não, você não tem Kraven'", disse Coogler. "Ele foi um que eu pensei 'Oh, cara'. Mas eu nem sei se ele teria funcionado no filme que acabamos fazendo, isso foi no início."
Enquanto a Sony permitia que personagens como o Abutre, de Michael Keaton, e o Mysterio, de Jake Gyllenhaal, aparecessem no MCU (em Homem-Aranha: De Volta ao Lar, de 2017, e Homem-Aranha: Longe de Casa, de 2019, respectivamente) por meio de seu acordo com a Marvel Studios, o estúdio reservou a opção de produzir seu próprio universo cinematográfico separado do MCU. Venom (2018) lançou o Universo Homem-Aranha da Sony, que seria seguido por Venom: Tempo de Carnificina (2021), Morbius (2022), Madame Teia e Venom: The Last Dance (2024).
Kraven, o Caçador, estrelado por Aaron Taylor-Johnson como o vilão do Homem-Aranha, ao lado de Ariana DeBose, Fred Hechinger, Russell Crowe e Alessandro Nivola como o Rino, marca a última parte do universo de spin-offs produzido pela Sony. Enquanto isso, Denzel Washington revelou seu papel em Pantera Negra 3, de Ryan Coogler, para a Marvel Studios.
