SYNC: Novo filme de terror e ficção científica explora os perigos da conexão mental
Em um mundo cada vez mais conectado, onde a linha entre o real e a desinformação se torna tênue, o filme SYNC, escrito, dirigido e estrelado por Carolina Alvarez, mergulha no universo da tecnologia e suas consequências sombrias. Inspirado em elementos de terror de Black Mirror, o longa explora uma nova forma de interação: a sincronização mental, transformando a telepatia em um aplicativo popular.
A trama acompanha Ayla Ackerman, uma influenciadora que busca um recomeço em Los Angeles após problemas com sua antiga amiga, Hannah. Ao se deparar com a nova tecnologia de sincronização mental, ela se une à sua amiga Devin, que trabalha na área de tecnologia e possui um chip implantado que permite essa conexão. Inicialmente, a sincronização parece inofensiva, mas logo se transforma em um pesadelo, com visões e paranoias que colocam em dúvida a confiança entre as amigas.
O filme aproveita seu espaço limitado para criar uma atmosfera claustrofóbica, com grande parte da ação se passando no apartamento de Ayla e Devin. A ambientação, com telas e efeitos visuais discretos, contribui para a sensação de que o mundo de SYNC é ao mesmo tempo fantástico e possível. A atuação de Alvarez e Tessa Markle como as amigas rivais equilibra momentos de diversão e disfunção, explorando os problemas psicológicos das personagens.
A produção conta com um orçamento enxuto, mas consegue criar cenas de pesadelo psicodélico, com cores neon e trilha sonora tensa, que reforçam a sensação de perigo. As visões de Ayla e os avisos de uma misteriosa mulher chamada Margaret indicam que Devin não é quem aparenta ser, levantando questões sobre a ética da sincronização mental.
Contudo, as limitações de orçamento afetam a profundidade da trama, deixando algumas perguntas sem resposta, como a profissão de Ayla e a natureza exata da tecnologia de sincronização. O final, embora temático, parece abrupto, e a produção poderia ter explorado melhor o potencial da ideia. Apesar disso, SYNC consegue criar uma experiência tensa e inquietante, mostrando como a tecnologia, que deveria aproximar as pessoas, pode se tornar uma ameaça, especialmente quando a confiança é quebrada.
O filme explora como a tecnologia e imagens geradas por inteligência artificial podem enganar as massas, criando um cenário propício para o terror. SYNC levanta a questão se precisamos de tecnologias caras quando o comportamento humano já é capaz de criar situações terríveis.
A produção, com menos de uma hora e meia de duração, entrega uma experiência memorável, com uma trama que prende a atenção e faz refletir sobre os perigos da tecnologia e da manipulação. A ideia da sincronização mental, embora interessante, também se apresenta como algo perigoso, com as pessoas conectadas a parceiros que podem não ser uma boa companhia.