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Transformando ou Destruindo? Os Acertos e Erros de Michael Bay em ‘Transformers’

Os filmes de Transformers dirigidos por Michael Bay marcaram uma era na franquia, tanto para o bem quanto para o mal. Responsáveis por impulsionar uma nova onda de filmes de ação ao lado do Universo Cinematográfico Marvel e da trilogia O Cavaleiro das Trevas, os longas de Bay também solidificaram o IMAX como uma experiência teatral premium e apresentaram os personagens de Transformers para uma nova geração. No entanto, a passagem de Bay pela franquia foi marcada por resultados mistos, com acertos e erros notáveis na adaptação dos personagens icônicos para as telonas.

Confira alguns dos maiores erros e acertos de Michael Bay ao adaptar os personagens de Transformers para o cinema:

Erros de Adaptação:

Jazz: O leal tenente de Optimus Prime na animação original foi transformado em um estereótipo ofensivo, com uma representação que remetia ao hip-hop e que culminou em sua morte precoce no primeiro filme da franquia. A tentativa de correção em Transformers: O Despertar das Feras, com a introdução do personagem Mirage, só reforçou os problemas da versão de Bay.

Soundwave: O oficial de comunicação dos Decepticons, conhecido por se transformar em um toca-fitas e ter as fitas mini-cassete que se transformavam em robôs espiões, teve sua identidade visual e função alteradas. Em vez de um toca-fitas, virou um satélite espião e depois um carro da Mercedes, perdendo sua essência e tendo seu design genérico comparado com outros Decepticons. Nem mesmo a sua voz icônica foi reproduzida corretamente.

Dinobots: Os robôs dinossauros, sucesso da segunda onda de personagens G1, foram reduzidos a brutos sem cor e sem diálogos em Transformers: A Era da Extinção. Além disso, suas formas de dinossauros foram mal adaptadas, misturando elementos de mitologia oriental com história biológica, resultando em criaturas que não lembravam dinossauros.

Os Gêmeos (Skid e Mudflap): Os personagens obscuros foram reimaginados como caricaturas racistas em Transformers: A Vingança dos Derrotados. Com trejeitos e falas que remetiam a estereótipos afro-americanos, os gêmeos foram alvo de controvérsia e acabaram sendo cortados do filme seguinte.

Devastator: A combinação dos Constructicons, que prometia ser um dos maiores momentos da franquia, resultou em um design confuso e visualmente desagradável. A super-arma que aspirava tudo para depois cuspir como um “misturador de bunda” foi considerada absurda, e as bolas de demolição se transformaram em testículos robóticos, gerando críticas e um desperdício de recursos.

Acertos de Adaptação:

Bumblebee: O personagem, que era um mero coadjuvante na animação original, se tornou um ícone com a abordagem de Michael Bay. Ao centralizar a narrativa na relação de Bee com o humano Sam Witwicky (Shia Labeouf), Bay criou uma conexão com o público. A evolução de Bumblebee ao longo da franquia, incluindo o filme solo, mostra o sucesso da adaptação do personagem, inclusive com o tom não-verbal.

Megatron: Apesar do design que se desviava das raízes G1, a personalidade de Megatron foi mantida, e a atuação de Hugo Weaving (da trilogia Matrix) deu voz ao personagem de forma marcante. A mudança de seu veículo para um tanque veloz também fez sentido no contexto do filme.

Optimus Prime: O design do personagem foi mantido fiel ao G1, com suas cores características. Mas o grande acerto foi trazer Peter Cullen, dublador original do desenho, para dar vida ao personagem nas telonas. A representação de Optimus Prime foi fundamental para o sucesso dos filmes e o tornou um ícone para uma nova geração.

Todos os filmes de Transformers estão disponíveis para streaming no Paramount+.

A Trilogia ‘O Cavaleiro das Trevas’: Sucesso como Drama Policial, Falha como Adaptação de Batman

A trilogia O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, marcou o cinema de super-heróis, mas, segundo alguns fãs, falhou em capturar a essência do Batman. Enquanto a trilogia trouxe uma abordagem realista e mais focada na psique de seus personagens e no drama do elenco de apoio, ela deixou de lado alguns elementos cruciais do herói.

Batman Begins, o primeiro filme, foi um sucesso como história de origem, explorando desde a origem da imagem de Batman até seu carro e cinto de utilidades. No entanto, faltou mistério, com Ra's al Ghul sendo apresentado como um truque de salão e não como um personagem imortal. O filme estabeleceu a base para um novo Batman, mas ainda faltava algo.

Em O Cavaleiro das Trevas e O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o Coringa de Heath Ledger foi um ponto alto, mas Batman foi transformado, dependendo de ajuda em todas as frentes. Ele não era um detetive brilhante, confiava em ferramentas para fazer o trabalho e não era um grande lutador, além de Bruce Wayne não ter interesse em ser o Batman para sempre. Essa versão do Batman foi considerada muito diferente dos quadrinhos.

A trilogia de Nolan se destacou como drama policial, principalmente em O Cavaleiro das Trevas, que acompanhou Jim Gordon dentro do Departamento de Polícia de Gotham. A trama se concentrou na batalha contra a anarquia do Coringa, com Batman tendo papel importante, mas a narrativa não se distanciava de um drama policial. Em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o foco se manteve na força policial de Gotham, com Jim Gordon liderando a luta contra Bane. Os policiais inspiraram o Batman a continuar lutando. A abordagem de Nolan, ao humanizar o Batman, permitiu que os personagens não-mascarados prosperassem, mas acabou falhando com o personagem principal.

A trilogia O Cavaleiro das Trevas também foi importante por introduzir um Batman mais realista, o que abriu caminho para o sucesso de filmes como Homem de Ferro. No entanto, o realismo da trilogia não permitiu que ela explorasse elementos mais fantásticos, como o Universo Cinematográfico da Marvel. A abordagem da trilogia de Nolan pavimentou o caminho para filmes como Capitão América: O Soldado Invernal, Guardiões da Galáxia e The Batman, que soube equilibrar o realismo com elementos fantásticos, como os vilões de Matt Reeves.

The Batman, de Matt Reeves, trouxe um Batman competente como detetive e lutador, além de um vigilante obsessivo que se perdeu em sua humanidade. Ao contrário dos filmes de Nolan, The Batman não teve medo da natureza extravagante de seus vilões, criando uma história onde o Batman pode evoluir para enfrentar inimigos como o Senhor Frio.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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