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Uncharted: Drake’s Fortune, clássico do PS3, ainda encanta fãs de aventura

Apesar de as sequências de ação serem menos grandiosas do que em jogos futuros da franquia, Drake's Fortune não decepciona.

Uncharted: Drake’s Fortune, lançado originalmente para o PlayStation 3, marcou a história dos games e da própria PlayStation. A franquia single-player com sua pegada cinematográfica se tornou sinônimo da identidade da marca, impulsionando o sucesso de outros títulos de grande orçamento como Spider-Man e Ghost of Tsushima. Hoje, quando se pensa em jogos da PlayStation, Uncharted é uma das referências imediatas.

Embora muitos apontem Uncharted 2: Among Thieves como o divisor de águas da série, é impossível ignorar o jogo que deu início a tudo: Uncharted: Drake’s Fortune. Este título foi um enorme sucesso para o PlayStation, dando um impulso significativo ao PlayStation 3. Sem ele, o console talvez não tivesse alcançado o mesmo patamar.

Já se passaram 18 anos desde o lançamento de Drake’s Fortune, e quem ainda não teve a oportunidade de jogá-lo está perdendo uma grande experiência. O primeiro Uncharted reúne todos os elementos de um ótimo game single-player: um protagonista cativante, um elenco de apoio memorável, uma história envolvente e uma jogabilidade divertida. Apesar de mostrar um pouco sua idade, o jogo ainda se destaca para o público atual.

A trama de Drake’s Fortune acompanha o caçador de tesouros Nathan Drake em sua busca pelo tesouro perdido de El Dorado. Ele é acompanhado por seu mentor, Sully, e pela jornalista Elena, enquanto tentam encontrar o tesouro antes de seus rivais. A história é pura diversão, com uma mistura de filmes pulp e ação moderna. O jogo é linear, sem objetivos secundários além de encontrar pequenas bugigangas na selva, o que acelera o ritmo da narrativa e das interações.

Apesar de as sequências de ação serem menos grandiosas do que em jogos futuros da franquia, Drake’s Fortune não decepciona. A cena do submarino U-Boat na selva ainda impressiona, transformando a busca por tesouro em algo mais selvagem. Escalar o submarino é tenso e serve como uma amostra do que viria na série. No entanto, o escopo das locações pode se tornar repetitivo, com templos, igrejas e selvas que se repetem ao longo do jogo, especialmente nos capítulos finais.

Os elementos sobrenaturais que surgem no final de Drake’s Fortune podem ser um choque para alguns jogadores, já que durante a maior parte do jogo os desafios são mais realistas. A entrada do místico no final, com os mutantes, faz uma clara referência aos filmes de Indiana Jones. O game revela que Sir Francis Drake afogou a cidade para proteger a todos da estátua amaldiçoada, um plot twist genial. As criaturas sobrenaturais são perturbadoras de enfrentar, e a maneira como a história se desenrola, com o sobrenatural sendo revelado ao herói e usado como revés para os antagonistas, funciona muito bem.

A história é acompanhada por um belo design de arte e pela trilha sonora cinematográfica de Greg Edmonson. Embora Drake’s Fortune não seja tão bonito visualmente quanto Uncharted 4: A Thief’s End, o uso das cores e a beleza dos cenários ajudam a elevar o jogo. A trilha sonora, com sua mistura de tensão e mistério, e o tema principal, icônico nos games modernos, são pontos altos da produção.

Nathan Drake é um dos melhores protagonistas da história do PlayStation e dos games em geral. O que poderia ser apenas mais um clone de Indiana Jones ou Lara Croft, tornou-se um personagem único, charmoso e carismático. O toque de autodepreciação de Nathan, com seu humor, o torna relacionável. O trabalho do dublador Nolan North foi essencial para transformar Nathan em uma figura singular. Embora não haja um grande arco de desenvolvimento no primeiro jogo, é um prazer acompanhar o início da jornada do personagem.

Além de Nathan, o elenco de apoio é igualmente memorável. A dupla formada por Nathan e seu mentor, Sully, tem uma química excelente, com diálogos divertidos que fazem a parceria funcionar. A jornalista Elena, interpretada por Emily Rose, é uma personagem que se adapta bem às situações e não tem medo de se sujar. A relação de flerte entre Nathan e Elena é divertida de acompanhar.

Os antagonistas, por outro lado, são eficazes mas não têm um impacto tão grande na franquia. São apenas mercenários gananciosos com métodos mais mortais do que os de Nathan. O vilão Eddy Raja, mais semelhante a Nathan, poderia ter sido um anti-herói interessante, mas sua morte precoce o impediu de ter mais destaque na série. Os demais vilões são genéricos e sem grande relevância.

A jogabilidade de Uncharted: Drake’s Fortune é simples, mas eficiente. O jogo não se baseia em mecânicas muito avançadas, o que garante um ritmo mais curto e direto. Nathan explora os cenários, resolve quebra-cabeças e enfrenta inimigos com suas armas. Os controles são responsivos, e os tiros são fluidos, mesmo que não sejam tecnicamente precisos. O sistema de cobertura pode tornar alguns confrontos mais lentos, mas nada que atrapalhe o gameplay.

No entanto, a parte mais frustrante da jogabilidade é o sistema de plataforma. Movimentar-se em áreas altas pode ser complicado, e um passo em falso pode levar à morte. O uso de cipós exige precisão e pode ser bem irritante. Algumas áreas, como templos e ruínas, são muito escuras para navegar, dificultando a visibilidade de Nathan e das plataformas. Esses problemas são reflexo da época de lançamento, quando o PlayStation 3 era visto como um console potente em termos gráficos, mas alguns detalhes, como o excesso de sombras e escuridão, acabaram prejudicando a experiência. Apesar desses problemas, quem conseguir superá-los terá uma ótima experiência.

Uncharted: Drake’s Fortune oferece uma ótima prévia do que os futuros jogos da franquia trariam. Nathan é um protagonista tão fantástico que se tornou um dos personagens mais emblemáticos da PlayStation. Acompanhar sua aventura em busca do tesouro de Sir Francis Drake é uma experiência divertida e memorável. O game pode mostrar sua idade no sistema de plataforma e nos gráficos, mas esses problemas não são suficientes para impedir os jogadores de aproveitarem um dos melhores jogos de estreia dos anos 2000. Drake’s Fortune é o ponto de partida perfeito para quem nunca jogou nenhum Uncharted.

Uncharted: Drake’s Fortune está disponível para compra e jogo tanto em formato físico quanto digital.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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