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Valve: gigante dos games lucra mais por funcionário que Apple, mesmo focando em Steam e hardware

A Valve, renomada por séries de videogames como Half-Life e Portal, tem se afastado notavelmente do desenvolvimento de jogos na última década. Embora Half-Life 2: Episode Two, Portal e Team Fortress 2 tenham sido lançados em 2007, a empresa atualmente lança, em média, apenas um jogo por ano. Isso se deve, em grande parte, ao sucesso financeiro do Steam, que se tornou uma fonte de receita imensa, superando até mesmo gigantes da tecnologia.

Segundo relatos, a Valve gera mais receita por funcionário do que empresas como a Apple, um feito impressionante. Ao priorizar a distribuição digital, a Valve criou um ecossistema de baixo risco e alto retorno financeiro. No entanto, a empresa ainda possui uma equipe de desenvolvimento de jogos e dedica uma parte de seus funcionários ao hardware. A divisão interna que trabalha no Steam não é a maioria da empresa, contrariando o que muitos podem pensar. Apesar do fim da era de ouro dos jogos da Valve, a empresa não está parada.

Um processo antitruste de 2021 revelou que a Valve tinha 336 funcionários. Esse número é muito pequeno se comparado a empresas como Electronic Arts e NetEase, que empregam dezenas de milhares. A alta lucratividade da Valve se deve à eficiência de seus funcionários. Embora o lucro líquido por empregado não seja totalmente conhecido, documentos do processo indicam que, em 2018, a Valve já superava os US$780.400 de lucro líquido por funcionário da Meta (antigo Facebook). Estima-se que, naquele ano, a Valve pode ter alcançado mais de 1 milhão de dólares de lucro líquido por empregado.

É importante notar que esses cálculos não incluem os contratados que a Valve utiliza para funções como suporte técnico. A empresa provavelmente paga um número significativo de pessoas além de seus 336 funcionários. Essa abordagem, porém, pode ser vista como um problema. A Wolfire, em um processo contra a Valve, argumenta que a empresa não está investindo o suficiente na melhoria da plataforma Steam.

Enquanto o Steam continuar operando, a Valve continuará a gerar receitas massivas. O lançamento do Steam Deck em 2022 demonstra que a empresa ainda busca oferecer novidades para os jogadores. A Valve parece ser uma empresa voltada para o consumidor, e o Steam Deck atende a um mercado ativo de jogadores mais dedicados. Apesar do retorno sobre o investimento não ser tão alto, a Valve não se importa com isso.

Quanto aos jogos, a Valve tem Deadlock em desenvolvimento. Embora a empresa não tenha lançado nenhum jogo novo em 2024, o ano de 2025 ainda apresenta possibilidades. Contudo, o foco da Valve não está mais no desenvolvimento de jogos, com múltiplos lançamentos por ano. A prioridade é que seus novos jogos sejam lançados com menos pressão. A situação interna da Valve sempre foi um mistério para o público.

A Valve combina eficiência e inovação, mantendo uma equipe pequena e terceirizando algumas tarefas, o que maximiza sua lucratividade. O domínio do Steam permite gerar receitas massivas com risco mínimo, criando um modelo de negócios sustentável. A Valve continua investindo em projetos como o Steam Deck para expandir sua influência, mesmo que esses projetos não sejam focados em lucros fáceis, e sim em diversificar o cenário gamer. A inovação ainda é algo que a Valve busca, mesmo que os fãs prefiram sequências de suas séries favoritas. Essas sequências podem eventualmente acontecer, mas a Valve não tem pressa para criá-las.

Rafael Nicácio

Estudante de Jornalismo, conta com a experiência de ter atuado nas assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e da Universidade Federal (UFRN). Trabalha com administração e redação em sites desde 2013 e, atualmente, administra o Portal N10 e a página Dinastia Nerd. E-mail para contato: [email protected]

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